Vendas de computadores caem 12,6% no 2º trimestre com queda nas compras de empresas




Apesar da queda nas vendas, o aumento nos preços elevou a receita Notebook
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O mercado de computadores sentiu os efeitos da crise no segundo trimestre, especialmente na demanda das empresas.
Entre abril e junho as vendas de desktops e notebooks caíram 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado, somando 1,265 milhão de unidades, informa o estudo IDC Brazil PCs Tracker da consultoria IDC.
Apesar da queda nas vendas, o aumento nos preços elevou a receita no segundo trimestre para R$ 5,3 bilhões, alta de em 18% em relação ao resultado de R$ 4,5 bilhões alcançado em 2019.
As vendas nos primeiros três meses do ano cresceram 16% na comparação com o início de 2019, incluindo uma alta de mais de 18% na demanda por notebooks, impulsionada pelo trabalho e pelas aulas em casa por conta da pandemia.
No segundo trimestre houve uma redução de 205 mil máquinas vendidas em relação ao período de janeiro a março deste ano e de 183 mil na comparação com igual período do ano passado.
O maior impacto foi sentido entre as empresas, que reduziram o ritmo de compras diante do cenário incerto, exceto no setor educacional cujas vendas aumentaram 11,2% em relação ao segundo trimestre de 2019.
Vendas no varejo crescem 8% em junho comparado com maio
Dólar e imposto
A alta do dólar, a redução de fluxo de caixa e o aumento das alíquotas de IPI e ICMS entre março e abril colaboraram para a retração nas vendas no mercado corporativo, segundo a IDC. No total, o setor comprou 359,5 mil máquinas no segundo trimestre, sendo 221,6 mil notebooks e 137,8 mil desktops.
O varejo teve um desempenho mais favorável no período tanto nas vendas online como em lojas físicas considerando que hipermercados, que comercializam eletroeletrônicos, permaneceram abertos durante a pandemia. O destaque novamente ficou por conta dos notebooks com 795,3 mil unidades vendidas, mais de 87% do total de 906,4 mil computadores comercializados no varejo entre abril e junho.
Os consumidores também passaram a comprar máquinas mais caras. A avaliação da IDC mostra um salto de 90% nas vendas de computadores com maior poder de processamento, em relação ao segundo trimestre de 2019. Entre abril e junho foram comercializados 92 mil notebooks e 20,4 mil desktops desta categoria.
Neste segmento de máquinas de maior valor, com preços acima de US$ 800, a Dell segue na liderança com 42,16% de participação de mercado no segundo trimestre. A Lenovo, contudo, ficou em primeiro lugar na vendas gerais no segundo trimestre.
Com a alta do dólar e o aumento na demanda, os preços de desktops e notebooks subiram mais de 60% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O preço médio de um notebook subiu 62,6%, de R$ 2.670 para R$ 4.342, e o valor de um desktop aumentou ainda mais (67,8%) de R$ 2.150 para R$ 3.607 na comparação anual. Os preços também subiram em relação ao primeiro trimestre deste ano em 38,2% para notebooks e em 46,7% para desktops.
A previsão da IDC para as vendas do setor no terceiro trimestre é de crescimento tímido de 1,2% na comparação com igual período do ano passado. Para o quarto trimestre a expectativa é de alta de 3,5%. Neste caso, a IDC aposta na recuperação econômica de pequenas e médias empresas e na demanda contínua por notebooks. Para o ano de 2020, a estimativa da IDC Brasil é de crescimento de 4,4% nas vendas do varejo e de queda de 9,9% no corporativo.



Fonte: G1