UE lança plano para combater mudanças climáticas com taxação de carbono sobre importados | Mundo


A União Europeia (UE) lançou nesta quarta-feira (14) um abrangente plano para descarbonizar sua economia e combater as mudanças climáticas, com um conjunto de medidas que inclui a taxação de carbono sobre produtos importados.

Detalhes do plano já haviam sido confirmados na terça pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O pacote inclui 12 medidas, como a extensão do mercado de carbono (ETS, na sigla em inglês) aos setores de aviação e transporte marítimo e a criação de um segundo mercado de carbono para o transporte rodoviário e combustíveis para aquecimento.

A taxação de carbono sobre importados visa proteger a indústria da região de concorrentes estrangeiros que não estejam submetidos aos mesmos padrões ambientais.

Um estudo da consultoria Deloitte mostra que exportadores de Rússia, China, Turquia e Ucrânia estão entre os mais vulneráveis a custos adicionais quando a medida for implementada.

O Brasil não está na lista dos dez exportadores mais vulneráveis, mas, pelo volume de comércio que tem com a UE, tende a ser submetido a fortes pressões para reduzir mais rapidamente suas emissões de carbono.

Outra medida proposta pela Comissão Europeia é a proibição efetiva da venda de novos carros a gasolina e a diesel dentro da região a partir de 2035. Segundo as autoridades da UE, essa medida acelerará a mudança da frota do bloco para veículos com elétricos com emissão zero de carbono.

Além disso, as companhias aéreas deverão aumentar o uso de biocombustíveis alternativos e perderão uma isenção europeia de impostos para o querosene utilizado pelas aeronaves.

O plano da UE também prevê que o setor, responsável globalmente por até 3% das emissões que causam o aquecimento global, paguem mais pelo lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera.

O chamado pacote “Fit for 55” é um dos mais importantes movimentos da UE na direção da descarbonização da economia.

As medidas são vistas como essenciais para que a Europa cumpra a meta de reduzir em 55% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos níveis de 1990.

Ao comentar as propostas, Von der Leyen afirmou que a UE agora é “o primeiro continente a apresentar uma arquitetura abrangente para atender às nossas ambições climáticas”.

“O Acordo Verde Europeu é o nosso modelo de crescimento, impulsionado pela inovação, pela energia limpa e pela economia circular”, escreveu a chefe do Executivo do bloco no Twitter.

As medidas apresentadas hoje não serão implementadas de imediato. O pacote precisa ser negociado entre os 27 países-membros do bloco e no Parlamento Europeu.



Fonte: G1