Trump perdoa ex-engenheiro do Google condenado por roubar segredos comerciais | Tecnologia


Donald Trump concedeu nesta quarta-feira (20) perdão total a um ex-engenheiro do Google condenado por roubar segredos comerciais sobre carros autônomos da companhia, meses antes de chefiar a unidade rival do Uber.

O indulto presidencial foi concedido horas antes de Trump deixar o cargo nos EUA. Outras 72 pessoas também receberam o perdão, incluindo personalidades como o ex-aliado Steve Bannon, estrategista da campanha do republicano em 2016.

Anthony Levandowski, de 40 anos, foi condenado em agosto passado a 18 meses de prisão após se confessar culpado em março.

O ex-engenheiro transferiu mais de 14 mil arquivos do Google, incluindo cronogramas de desenvolvimento e designs de produtos, para seu laptop pessoal antes de sair da empresa e enquanto negociava uma nova função com o Uber.

Ele não estava preso, mas um juiz disse que ele poderia entrar em custódia assim que a pandemia de Covid-19 diminuísse.

A Casa Branca disse que Levandowski “pagou um preço significativo por suas ações e planos de dedicar seus talentos para promover o bem público“.

A Waymo, da Alphabet, uma unidade de tecnologia automotiva autônoma do Google, não quis comentar, segundo a agência de notícias Reuters.

A empresa chegou a descrever o crime de Levandowski como “uma traição” e sua sentença “uma vitória para as leis de segredo comercial”.

O perdão foi apoiado por vários líderes na indústria de tecnologia que se aliaram à Trump, incluindo os investidores Peter Thiel e Blake Masters e o empresário Palmer Luckey, de acordo com a Casa Branca.

Ao todo, Trump concedeu o perdão a 73 pessoas e comutou as sentenças de outras 70 – a lista completa de beneficiados pode ser vista aqui. O indulto garante o perdão pleno para crimes federais.

Anthony Levandowski era funcionário do Google, onde participava do projeto para desenvolver a tecnologia de veículos que dispensam motorista. O engenheiro saiu para criar uma empresa de caminhões autônomos, que acabou comprada pelo Uber em 2016.

Levandowski, então, passou a trabalhar no desenvolvimento de carros autônomos para a startup e foi o porta-voz da empresa no lançamento dos primeiros testes com público, também em 2016, algo em que o Uber foi pioneiro nos EUA.

Em 2017, a Alphabet, dona do Google, o acusou de roubar informações de seu projeto, “baixando mais de 14 mil arquivos confidenciais” antes de sair, para levar para a concorrência.

O Uber negou que tivesse usado qualquer segredo do rival, alegando que seu projeto de carros autônomos era diferente.

O caso foi levado à Justiça e terminou com um acordo em que o Uber pagaria US$ 245 milhões à empresa do Google.

Antes dessa decisão, Levandowski anunciou que estava se afastando do projeto no Uber. Posteriormente, foi demitido, por supostamente se negar a ajudar no processo jurídico.

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Fonte: G1