Todas as capitais terão acesso ao 5G ‘puro’ até metade de 2022, diz ministro das Comunicações | Economia


O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta quarta-feira (12) que todas as capitais do país terão acesso à internet 5G “pura” até a metade de 2022. A declaração foi feita durante audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.

O 5G “puro”, chamado tecnicamente de 5G standalone, é a rede que vai permitir uma comunicação muito mais rápida entre dispositivos.

Ela vai impulsionar a indústria 4.0 (comunicação máquina com máquina nas indústrias) e a Internet das Coisas, que é a conexão entre dispositivos cotidianos com quaisquer outros sistemas com internet.

5 mudanças do 5G na vida das pessoas

5 mudanças do 5G na vida das pessoas

“Todas as 27 capitais, até o meio do ano que vem, terão internet 5G funcionando, o standalone, que dá para utilizar internet das coisas. Isso foi uma obrigação que nós colocamos no leilão, que a gente considera de extrema importância”, disse Faria.

De acordo com ele, essa medida evita que a tecnologia demore para ser oferecida nas capitais mais afastadas, como as da região Norte do país.

O edital de leilão do 5G foi aprovado em fevereiro pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e agora está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O governo espera o aval do TCU para marcar o leilão. A autorização não é obrigatória, mas o Executivo prefere esperar a manifestação da Corte de contas, que pode sugerir mudanças ao edital.

O edital também prevê que todos os municípios com mais de 600 habitantes terão acesso à rede 4G até 2028. As localidades com menos de 600 pessoas serão atendidas pelo programa Wi-Fi Brasil, que leva sinal de internet via satélite.

“Até 2028 não teremos nenhum problema em relação à falta de acesso à internet. Ou seja, teremos 100% dos brasileiros conectados até 2028”, prometeu o ministro. Ele disse que, atualmente, 18% da população não tem acesso à internet, o que significa 40 milhões de brasileiros.

Durante a audiência, o ministro afirmou que o leilão do 5G não é arrecadatório. O principal objetivo é atrair investimentos para o setor. Também não haverá recursos públicos para implantação da rede.

Segundo Faria, somente as operadoras Vivo, Tim e Claro devem participar do leilão. A Oi vendeu seu braço móvel e não vai participar. Já as empresas de fora do país ainda não manifestaram interesse, relatou o ministro das Comunicações.

Ainda durante a audiência na Câmara, o ministro Fábio Faria reclamou do contingenciamento da verba do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) – cerca de R$ 850 milhões para 2021.

O Ministério das Comunicações solicitou a liberação da verba, mas o dinheiro acabou indo para a reserva de contingência do governo. Com isso, só pode ser utilizado em situações de emergências.

Sobre a privatização dos Correios, o ministro disse que o Congresso vai definir o melhor modelo para a empresa. Já sobre a EBC, a estatal de mídia do governo, estão sendo feitos estudos por uma consultoria contratada pelo BNDES para definir qual a melhor solução para a empresa.

Questionado por deputados sobre a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), o ministro disse que ela atua com autonomia. A secretaria estava ligada ao Planalto e foi transferida para o Ministério das Comunicações com a recriação da pasta.

“A Secom funciona de forma orgânica. Ela está no guarda-chuva do ministério das Comunicações, mas anda por si própria, raramente temos algum tipo de reunião, nem pode ter interferência”, afirmou Faria.



Fonte: G1