Tempo seco diminui a produção de leite no centro-oeste paulista | Nosso Campo


As vacas leiteiras têm grande importância para a família de Francisco Colombo. O produtor rural do munícipio de Lupércio (SP) diz que grande parte da renda familiar vem do rebanho. São 22 animais da raça girolando.

Mas a produção de leite caiu esse ano por causa da seca e do calor. Francisco está preocupado com essa queda de produção, pois, segundo ele, quando isso acontece, a consequência é o descarte de animais.

Um dos reflexos dessa dificuldade apareceu no preço do leite, que bateu um novo recorde na série histórica, acompanhada pelo centro de estudos avançados em economia aplicada. A alta acumulada é de 57,4% desde o início do ano. Ao mesmo tempo, os criadores relatam aumento no preço dos insumos.

Em uma fábrica de laticínios no município de Herculândia (SP), a capacidade de recebimento é de 400 mil litros por dia, mas atualmente a produção está pela metade.

O diretor de operações, Kleber Cabrini, relata dificuldade para adquirir o leite no preço que permitia obter lucro. Ele diz também que a pressão do varejo para diminuir o preço de venda é grande.

(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 22/11/2020)

Tempo seco diminui a produção de leite no centro-oeste paulista

Tempo seco diminui a produção de leite no centro-oeste paulista

A previsão é que tudo se normalize entre dezembro e janeiro, período em que as chuvas devem voltar.

Mesmo com a seca, os animais da fazenda experimental de uma universidade de Marília (SP) não tiveram queda na produção de leite, que ficou entre 27 e 30 litros por dia.

Para garantir o alimento do rebanho, eles produzem a silagem e usam um sistema que dá mais conforto para os animais, o compost barn. O sistema funciona como uma cama, feita com palha de amendoim.

Segundo a professora de veterinária Letícia Peternelli, as vacas devem passar mais tempo descansando, pois isso ajuda na produtividade de leite.

Para implantar o sistema com capacidade para 100 vacas, o investimento varia entre R$ 200 e R$ 250 mil na construção do barracão e na instalação dos ventiladores.



Fonte: G1