Taxas de juros sobem pelo 2º mês seguido, aponta Anefac | Economia


As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas voltaram a subir em janeiro, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). É a segunda alta seguida, após oito meses de queda até novembro de 2020.

Todas as seis linhas de crédito para pessoas físicas pesquisadas aumentaram as taxas de juros no mês (cartão de crédito, cheque especial, juros do comércio, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e financeiras) – veja mais detalhes abaixo.

Taxa média de juros para pessoa física ao mês e ano — Foto: Economia G1

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, entre os fatores que contribuíram para a alta estão:

  • Aumento dos juros futuros;
  • Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior;
  • Expectativas com a provável elevação dos índices de inadimplência por conta do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento do Auxílio Emergencial, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito.

Houve uma elevação de 0,9%, passando de 5,56% ao mês (91,42% ao ano) em dezembro de 2020 para 5,61% ao mês (92,51% ao ano) em janeiro de 2021. É a maior taxa desde julho de 2020 (5,62% ao mês – 92,73% ao ano).

Houve uma elevação de 1,08%, passando de 11,07% ao mês (252,50% ao ano) em dezembro para 11,19% ao mês (257,10% ao ano) em janeiro. É a maior taxa desde abril de 2020 (11,20% ao mês – 257,48% ao ano).

Houve uma elevação de 1,14%, passando de 7,02% ao mês (125,72% ao ano) em dezembro para 7,10% ao mês (127,76% ao ano) em janeiro. É a maior taxa desde junho de 2020 (7,11% ao mês – 128,01% ao ano).

Empréstimo pessoal – bancos

Houve uma elevação de 1,27%, passando de 3,14% ao mês (44,92% ao ano) em dezembro para 3,18% ao mês (45,59% ao ano) em janeiro. É a maior taxa desde junho de 2020 (3,21% ao mês – 46,10% ao ano).

Empréstimo pessoal – financeiras

Houve uma elevação de 0,65% passando de 6,17% ao mês (105,13% ao ano) em dezembro para 6,21% ao mês (106,06% ao ano) em janeiro. É a maior taxa desde junho de 2020 (6,24% ao mês – 106,76% ao ano).

Houve uma elevação de 0,43%, passando de 4,64% ao mês (72,33% ao ano) em dezembro para 4,66% ao mês ( 72,73% ao ano) em janeiro. É a maior taxa desde agosto de 2020 (4,68% ao mês – 73,13% ao ano).

Crédito direto ao consumidor – financiamento de automóveis

Houve uma elevação de 1,52%, passando de 1,32% ao mês (17,04% ao ano) em dezembro para 1,34% ao mês (17,32% ao ano) em janeiro. É a maior taxa desde agosto de 2020 (1,36% ao mês – 17,60 ao ano).

Houve uma elevação de 1,74%, passando de 2,87% ao mês (40,43% ao ano) em dezembro para 2,92% ao mês (41,25% ao ano) em janeiro – maior taxa desde agosto de 2020.

Considerando a variação da taxa básica de juros (Selic) de março de 2013 a janeiro de 2021, houve uma redução de 5,50 pontos percentuais (ou 72,41%), de 7,25% para 2% ao ano em janeiro. Neste período, segundo a Anefac, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 4,54 pontos percentuais (ou 5,16%), de 87,97% ao ano em março de 2013 para 92,51% ao ano em janeiro de 2021.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica, houve uma redução de 2,33 pontos percentuais (ou 5,35%), de 43,58% ao ano em março de 2013 para 41,25% ao ano em janeiro de 2021.

Tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, a tendência, para Oliveira, é que as taxas de juros possam ser elevadas nos próximos meses. Entretanto, algumas ações do Banco Central podem amenizar as altas como redução de impostos, compulsórios e reduções da taxa básica de juros.

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Fonte: G1