Taxas de juros caem pelo 7º mês seguido, aponta Anefac | Economia


As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas voltaram a cair em outubro, apresentando a 7ª redução consecutiva, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).

Todas as seis linhas de crédito para pessoas físicas pesquisadas reduziram as taxas de juros no mês (cartão de crédito, cheque especial, juros do comércio, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e financeiras) – veja mais detalhes abaixo.

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, entre os fatores que contribuíram para a redução estão a queda da taxa básica de juros (Selic) para 2% ao ano e expectativa de novas reduções frente a um cenário de inflação baixa e recessão econômica, operações de crédito com juros baixos e aportes do governo para pagamento das folhas das empresas pequenas e médias, renegociação de dívidas com juros menores e redução de juros para não agravar ainda mais o quadro de inadimplência e solvência das empresas e pessoas físicas.

A taxa de juros média para pessoa física apresentou redução de 0,36%, passando de 5,56% ao mês (91,42% ao ano) em setembro para 5,54% ao mês (90,99% ao ano) em outubro. A taxa é a menor desde agosto de 2013 (5,51% ao mês – 90,34% ao ano).

Houve uma redução de 0,18%, passando de 11,03% ao mês (250,98% ao ano) em setembro para 11,01% ao mês (250,22% ao ano) em outubro. É a menor taxa desde janeiro de 2016 (10,96% ao mês – 248,34% ao ano).

Houve uma redução de 0,29%, passando de 7,01% ao mês (125,47% ao ano) em setembro para 6,99% ao mês (124,97% ao ano) em outubro. É a menor taxa da série histórica.

Empréstimo pessoal – bancos

Houve uma redução de 0,64%, passando de 3,14% ao mês (44,92% ao ano) em setembro para 3,12% ao mês (44,58% ao ano) em outubro. É a menor taxa desde agosto de 2013 (3,1% ao mês – 44,25% ao ano).

Empréstimo pessoal – financeiras

Houve uma redução de 0,32%, passando de 6,18% ao mês (105,36% ao ano) em setembro para 6,16% ao mês (104,89% ao ano) em outubro. É a menor taxa da série histórica.

Houve uma redução de 0,43%, passando de 4,66% ao mês ( 72,73% ao ano) em setembro para 4,64% ao mês ( 72,33% ao ano) em outubro. É a menor taxa desde setembro de 2014 (4,63% ao mês – 72,14% ao ano).

Crédito direto ao consumidor – financiamento de automóveis

Houve uma redução de 2,24%, passando de 1,34% ao mês (17,32% ao ano) em setembro para 1,31% ao mês (16,90% ao ano) em outubro. É a menor taxa da série histórica.

Todas as linhas de crédito pesquisadas tiveram suas taxas de juros reduzidas no mês. Também foi a sétima queda seguida. A taxa de juros média geral apresentou redução de 1,04% no mês (1,2% em 12 meses) passando de 2,89% ao mês (40,76% ao ano) em setembro para 2,86% ao mês (40,27% ao ano) em outubro, a menor taxa de juros da série histórica.

Considerando a variação da taxa básica de juros (Selic) de março de 2013 a outubro deste ano, houve uma redução de 5,50 pontos percentuais (ou 72,41%), de 7,25% para 2% ao ano em outubro. Neste período, segundo a Anefac, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 3,02 pontos percentuais (ou 3,43%), de 87,97% ao ano em março de 2013 para 90,99% ao ano em outubro.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica, houve uma redução de 3,31 pontos percentuais (ou 7,60%), de 43,58% ao ano em março de 2013 para 40,27% ao ano em outubro.

Tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, a tendência, para Oliveira, é que as taxas de juros possam ser elevadas nos próximos meses. Entretanto, segundo ele, algumas ações do Banco Central podem amenizar as altas, como redução de impostos, compulsórios e reduções da Selic.

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Fonte: G1