S&P reafirma rating ‘BB-/B’ para o Brasil, com perspectiva estável | Economia


A agência de classificação de risco global S&P reafirmou nesta terça-feira (30) sua avaliação de crédito soberano do Brasil em moeda local e estrangeira de longo e curto prazo em “BB-/B”, mantendo perspectiva estável. O cenário-base da instituição assume que o governo brasileiro irá estabilizar gradualmente o crescimento recente de sua dívida, apesar do crescimento econômico moderado nos próximos dois anos.

Segundo a S&P, a economia do Brasil se recuperou mais rápido do que o esperado, mas suas perspectivas de crescimento ainda são moderadas. Assim, pressões sobre os gastos e uma alta nas taxas de juros provavelmente resultarão em uma consolidação fiscal lenta, com a dívida líquida do governo tendendo para 75% do PIB até 2024.

Deste modo, a nota de crédito atual do Brasil, segundo a agência de rating, reflete o fraco desempenho fiscal, que resulta em uma elevada dívida geral do governo e encargos com juros. “Ela também reflete o fraco crescimento do PIB ao longo de muitos anos, pior do que seus pares com classificações semelhantes”, diz a S&P.

A instituição também traçou um cenário negativo e outro positivo para a trajetória dos ratings soberanos brasileiros.

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Na hipótese pessimista, a S&P rebaixaria a classificação de crédito brasileira nos próximos dois anos caso os resultados fiscais sejam piores do que o esperado e prejudiquem ainda mais as finanças públicas, sinalizando uma capacidade institucional mais fraca para implementar medidas fiscais corretivas.

“Uma trajetória de consolidação fiscal mais frouxa também poderia sustentar a alta inflação e reduzir a flexibilidade monetária do governo soberano. Da mesma forma, desequilíbrios fiscais que agravam o perfil externo atualmente favorável do Brasil podem resultar em um rebaixamento”, diz a agência.

Por outro lado, as notas de crédito poderiam ser elevadas nos próximos dois anos se houver uma combinação de crescimento maior do que o esperado no Produto Interno Bruto (PIB) e de um desempenho fiscal mais saudável no perfil financeiro do governo.



Fonte: G1