Sindicatos fazem ato em Brasília pela prorrogação da desoneração da folha de empresas | Economia


Sindicatos de trabalhadores das empresas afetadas pelo veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamento até o final de 2021 fizeram nesta terça-feira (3) uma manifestação em Brasília na qual pediram ao Congresso Nacional a derrubada do veto.

Na tarde desta terça, líderes de partidos da Câmara e do Senado reuniram. para tentar chegar a um acordo sobre a votação do veto. Após a reunião, eles afirmaram há acordo para a derrubada do veto.

Bolsonaro vetou em julho o dispositivo que prorrogava a desoneração da folha das empresas de 17 setores da economia e que empregam mais de 6 milhões de pessoas.

A prorrogação até 2021 foi incluída pelo Congresso na medida provisória que permitiu a redução da jornada de trabalho e do salário em razão da pandemia do novo coronavírus. Se o veto for mantido, a desoneração acabará no final deste ano.

Os sindicatos já haviam feito uma manifestação em favor extensão da medida.

“Se não derrubar o veto, teremos mais desemprego, mais precarização. Vou dar um exemplo: o setor de telecomunicações tem hoje um grupo muito grande em teleatendimento, que é o primeiro emprego de alguns jovens com 18, 19 anos”, disse Alessandro Torres, secretário da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Líderes do Congresso discutem prorrogação da desoneração da folha

Líderes do Congresso discutem prorrogação da desoneração da folha

De acordo com ele, o restabelecimento da cobrança sobre a folha dessas empresas “vai significar uma redução de postos de trabalhos.”

Integrantes de sindicatos dos setores de tecnologia da informação, comunicação, indústria têxtil e de telecomunicações participaram da manifestação. Eles fizeram uma caminhada da sede do Ministério da Economia até a Praça dos Três Poderes.

Eles pediram ao presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que paute a análise do veto de Bolsonaro.

“Se não houver a derrubada do veto, nós entendemos que, apesar de estarmos trabalhando e alavancando a economia, no nosso setor algumas empresas vão sofrer com isso”, disse Marcos Milanez, diretor-secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações no Estado de São Paulo.

“Entendemos que vai ter, no nosso setor, a partir de janeiro, mais de 500 mil demissões”, prevê ele.

As empresas dos setores que contam com a desoneração pagam um percentual – até 4,5%, a depender do setor – sobre o valor da receita bruta, no lugar da contribuição patronal para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é de 20% sobre a folha de pagamento.

A medida reduz o custo dessas empresas com contratações e com a manutenção do quadro de funcionários, e incentiva a criação de empregos.



Fonte: G1