Setor da borracha sofre com queda da demanda




Efeitos da pandemia preocupam produtores do noroeste paulista. Setor da borracha sofre com queda da demanda
Reprodução/TV TEM
Os seringais do noroeste paulista estão produzindo mais nesta safra do que o esperado. Na propriedade de Davi Zuim, no município de Cedral (SP), são três mil árvores. Ele diz que é só riscar o painel da seringueira que logo o látex começa a pingar.
A expectativa é que a safra 2019/2020 chegue a 190 mil toneladas de borracha seca no Brasil. Só o noroeste paulista deve produzir 118 mil toneladas, um aumento de 5% em relação ao ano passado.
A inclusão de novas áreas produtoras ajudou no crescimento da produção. O clima também foi determinante para um rendimento melhor no seringal.
A agrônoma Letícia Quirino diz que o regime de chuvas foi favorável, aliado a temperaturas menores, o que permitiu o aumento do fluxo de látex.
Embora a produtividade seja boa, os produtores enfrentam dificuldade para vender a borracha. As usinas de beneficiamento estão comprando uma quantidade menor em relação a anos anteriores e pedindo mais prazo para pagar.
Isso é consequência do impacto da pandemia de coronavírus na indústria pneumática, que é o principal destino da borracha produzida nos seringais.
Para Diogo Esperante, diretor executivo da Apabor, a pandemia trouxe um desafio que não existia: a dificuldade de vender a produção. Ele lembra que, tradicionalmente, sempre foi fácil comercializar. Outra situação inédita é a estocagem.
(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 28/06/2020)
Setor da borracha sofre com queda da demanda
A maioria dos produtores está entregando a borracha sem a previsão de quando vai receber o pagamento. Já as beneficiadoras têm maior capacidade de estocagem que o agricultor. Elas guardam a borracha para entregar à indústria conforme a demanda vai surgindo.
Fábio Magrini tem duas propriedades com mais de 32 mil pés de seringueira em produção. Ele acredita que a oferta do produto estará menor ao final da safra e que isso irá contribuir para que a demanda aumente.
Ele acha que o segundo semestre pode ser desfavorável para preço, mas que o importante é trabalhar agora. Para o sangrador, que cuida de todo o trabalho braçal na plantação, o cenário é ainda mais preocupante.
A estimativa da Associação Paulista de Produtores de Borracha é de que mais de 10 mil pessoas trabalhem na sangria das árvores só no noroeste paulista. A região é responsável por 65% da produção de látex no Brasil.
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Fonte: G1