Servidores do meio ambiente anunciam greve e pedem valorização salarial


Servidores do meio ambiente decidiram iniciar uma greve geral a partir do próximo dia 24. Até o momento, 14 estados aderiram à paralisação.

A decisão foi tomada depois que o governo federal decidiu colocar fim às negociações salariais com os servidores, em andamento desde o final de 2023.

Na ocasião, o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público havia dito que “o governo chegou ao limite máximo, do ponto de vista orçamentário, do que é possível oferecer” aos servidores.

Com isso, a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) mobilizou os servidores para decidir se vão aderir ao indicativo de greve.

Os trabalhadores de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba, Espírito Santo, Pará, Acre e Rio Grande do Norte aprovaram a paralisação a partir do dia 24 de junho, enquanto o Distrito Federal, Santa Catarina e Bahia acordaram a data de 1º de julho.

Até o momento, apenas os servidores do Ceará foram contra a medida, mas devem se reunir na próxima semana para reconsiderar a adesão.

Greve de servidoresGreve de servidores
Foto: Fernando Augusto/Ibama

Servidores do meio ambiente pedem valorização salarial

Os trabalhadores pedem valorização salarial e reestruturação de carreira, buscando reduzir as disparidades nos vencimentos entre as carreiras de nível médio e superior.

A entidade destaca que almeja equiparação salarial com os servidores da Agência Nacional de Águas (ANA), onde o cargo final de especialista em regulação alcança remuneração de R$ 22,9 mil, enquanto de um analista ambiental chega a R$ 15 mil.

“Atualmente, os servidores ambientais enfrentam um significativo desestímulo devido à discrepância entre as responsabilidades exercidas e a remuneração recebida. Enquanto desempenham funções de regulação, auditoria, gestão de políticas públicas, licenciamento e fiscalização, não são adequadamente compensados por essas atividades, resultando em uma enorme insatisfação interna. A comparação salarial com outras carreiras do serviço público, como agentes da Polícia Federal e fiscais agropecuários, evidencia essa disparidade, colocando em questão o reconhecimento e a valorização dos profissionais ambientais”, diz a associação.

Greve dos servidoresGreve dos servidores
Foto: Fernando Augusto/Ibama

Impactos da greve

Segundo a Ascema, a mobilização dos servidores tem gerado impactos desde janeiro, restringindo a emissão de novas licenças e concentrando esforços na análise e monitoramento de empreendimentos já licenciados, especialmente nos setores de petróleo e gás.

Além disso, dados levantados pelos servidores indicam que ao menos dois gasodutos e dez pedidos de pesquisa sísmica e perfuração de poços já foram diretamente afetados pela mobilização.

A associação também destacou que a greve pode atrasar a entrada em operação de plataformas previstas para este ano e o próximo, além de afetar a interligação de aproximadamente 30 novos poços às unidades de produção planejada para 2023.



Portal Agro2