saiba como agia o suspeito de estelionato contra produtores do agro


A Polícia Civil de Goiás (PCGO) está investigando um caso de um corretor de grãos suspeito de aplicar golpe milionário em produtores e empresas do agronegócio em Rio Verde, no sudoeste do estado.

Estima-se que o prejuízo das vítimas seja de R$ 30 milhões, valor que pode chegar a R$ 400 milhões caso outros contratos não sejam cumpridos dentro do prazo.

Entenda como agia o corretor de grãos suspeito de aplicar golpe milionário

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Delegacia de Rio Verde. Foto: Reprodução

De acordo com a Polícia Civil, a empresa do suspeito atuava na região há cerca de seis anos, por isso, era considerada como confiável no mercado.

As investigações apontam que o homem negociava os grãos com produtores e empresas, fazia contratos e dava cheques com prazos como forma de garantia do pagamento. Entretanto, depois que recebia os grãos, não fazia o pagamento, causando os prejuízos milionários às vítimas.

Em um dos casos, em novembro do ano passado, o funcionário de uma empresa registrou um boletim de ocorrências afirmando que negociou 12,5 mil sacas de soja, no valor de 1,4 milhão, mas não conseguiu ter retirar os grãos.

Até o momento, ao menos nove pessoas procuraram a delegacia para denunciar o cerealista por casos semelhantes. Segundo o delegado Márcio Henrique Marques de Souza, todos estão com os contratos firmados vencidos. O prejuízo às vítimas soma R$ 30 milhões.

“A partir do momento em que os contratos foram vencendo, o investigado passou a dar desculpas, pedir mais prazo, até que culminou no seu desaparecimento”, declarou.

Entretanto, há outros contratos firmados dentro do prazo de validade, mas caso não sejam cumpridos, o prejuízo pode chegar a R$ 400 milhões.

“Até agora, existem contratos que foram firmados pelo investigado que não venceram, são contratos com datas posteriores. A esses contratos, a gente ainda não pode definir como prática de um crime”, completou o delegado.

O que diz o investigado

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Suspeito de aplicar os golpes não teve a identidade revelada pela Polícia Civil. Foto: Reprodução

A defesa do corretor, representada pelo advogado Alessandro Gil, disse que o cliente faliu e, desta forma, não conseguiu cumprir os contratos combinados. Além disso, detalhou que o cliente saiu da cidade pois estava sendo ameaçado.

Em relatos à polícia, algumas vítimas disseram que receberam um e-mail do corretor, afirmando que estava sofrendo ameaças, mas que voltaria à cidade para honrar com os pagamentos.

“O ambiente não é seguro para minha família. Portanto, preservando nossa integridade, resolvi não retornar à cidade. […] Quebramos e infelizmente causamos prejuízo inclusive a grandes amigos, pessoas de ‘dentro de casa’. […] Eu vou voltar um dia e honrar a cada um de vocês e vou pagar a todos.”, diz trecho do e-mail.

O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, que já tem a localização do suspeito. Segundo o delegado, estão “tomando as medidas necessárias para garantir que ele não desapareça efetivamente”.



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