O rombo das contas externas do Brasil caiu 37,2% no primeiro bimestre deste ano, ao mesmo tempo em que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira mais do que dobraram. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC).
No caso das contas externas, o déficit registrado nos dois primeiros meses deste ano, de R$ 9,399 bilhões, foi o menor para este período desde 2017 — em quatro anos.
O déficit em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
DÉFICIT DAS CONTAS EXTERNAS
RESULTADO PARA MESES O PRIMEIRO BIMESTRE EM US$ BILHÕES
Fonte: BANCO CENTRAL
De acordo com o BC, a melhora no rombo das contas externas na parcial deste ano está relacionado com o déficit menor da conta de serviços, com queda nos gastos no exterior, e também com a queda nas remessas de lucros e dividendos para fora do país.
- Em um cenário de recessão por conta do coronavírus, o déficit das contas externas recuou 75% em 2020, para US$ 12,517 bilhões.
- Para todo ano de 2021, a expectativa do Banco Central é de uma nova melhora nas contas externas, por conta do bom saldo da balança comercial (fruto do dólar alto, que torna as exportações mais rentáveis e as compras do exterior mais caras). A estimativa da instituição é de um saldo positivo de US$ 2 bilhões nas contas externas neste ano, o primeiro desde 2007.
O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 10,845 bilhões no primeiro bimestre deste ano, com aumento de 107% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 5,235 bilhões).
De acordo com números oficiais, o ingresso registrado nos dois primeiros meses deste ano foi o maior, para o período, desde 2018 (US$ 14,1 bilhões).
O volume também foi suficiente para cobrir o rombo de R$ 9,399 bilhões nas contas externas no período.
Quando o déficit não é “coberto” pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
- Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 34,167 bilhões em 2020, queda de 50,6% frente a 2019. Foi o menor ingresso em 11 anos.
- Para 2021, o Banco Central estima um ingresso de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
Fonte: G1