Rio Meia Ponte entra em nível crítico de água que antecede necessidade de racionamento na Grande Goiânia | Goiás


O Rio Meia Ponte está a um nível do estabelecido pelo Plano de Racionamento para implantação do rodízio de abastecimento na Grande Goiânia. O portal da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) indica que já são 82 dias sem chuva na cabeceira e a vazão média está em 2,7 mil litros por segundo – o mínimo para abastecimento do sistema deste rio é de 2 mil litros por segundo.

Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte (CBH-MP), Fábio Camargo explicou que a situação atual, de Nível Crítico 3, já estabelece que indústrias, empresas e propriedades rurais que captam água do rio devem diminuir essa demanda pela metade.

“Na verdade, o racionamento para o setor produtivo começou quando atingimos o Nível Crítico 2 [de acordo com a Semad, isso ocorreu em 18 de agosto]. Nessa situação, eles já têm que cortar 25% da captação”, disse.

Segundo a Semad, os responsáveis foram notificados em 21 de agosto de que teriam que reduzir a captação e que visitas são realizadas nas propriedades para conferência.

No entanto, até a última atualização desta reportagem, a pasta não havia divulgado se fez nova notificação sobre o aumento do corte – de 25% para 50% – e qual tem sido a avaliação dos agentes sobre o respeito a essa medida por parte dos agropecuaristas e indústrias.

Rio Meia Ponte, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Presidente da Saneago, Ricardo Soavinski lembrou que a região também é abastecida pelo Sistema João Leite. De acordo com ele, uma reserva feita pela Companhia pode ajudar a postergar ou evitar a necessidade de racionamento.

“Tudo depende do tanto que irá se prorrogar essa estiagem. Não vai causar restrição porque temos o João Leite, que é outro sistema produtor, e ali tem água reservada”, disse em entrevista à TV Anhanguera.

Presidente do CBH-MP, Fábio disse que a chave para evitar desabastecimento é o esforço conjunto da população e do setor produtivo.

“A população tem que consumir menos, o setor produtivo tem que captar menos. […] Todas as engrenagens têm que funcionar juntas, se não, todo mundo pode ser prejudicado”, lembrou.

Rio Meia Ponte a um de precisar de racionamento — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O plano da Saneago, elaborado em junho de 2021, prevê um cenário de rodízio de abastecimento de água, caso a vazão do Meia Ponte fique abaixo dos 2 mil litros por segundo.

Caso esse cenário se torne realidade, os moradores de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Goianira podem ter que entrar no revezamento do fornecimento de água.

Se o rodízio entrar em vigor, o Sistema Meia Ponte deve ser dividido em quatro grupos: Norte, Oeste, Sudoeste e Sul. Um por um, esses grupos vão passar por três fases: desabastecimento, em recuperação e normal:

  • enquanto o primeiro grupo está em desabastecimento, os demais estão em fase normal;
  • no dia seguinte, o primeiro grupo passa para recuperação, o segundo para desabastecimento e os outros dois seguem em situação normal;
  • no terceiro dia, o primeiro grupo volta ao normal, o segundo vai para recuperação, o terceiro entra em desabastecimento, e assim segue sucessivamente.

A Saneago ressaltou que já toma medidas de contingenciamento para evitar desabastecimento. Além das campanhas que procuram conscientizar o consumidor a evitar o desperdício de água, a empresa evita a preda de água no sistema, por meio de “conjunto de obras e melhorias, que incluem: automação de sistemas, instalação de Válvulas Redutoras de Pressão, entre outros”.

Ainda de acordo com a Companhia, “Goiânia é atendida por três sistemas produtores: Meia Ponte (captação superficial), João Leite/ Jaime Câmara (captação superficial) e Mauro Borges (água represada)”, todos interligados.

“Quando acionada – no período de estiagem – a adutora reforça o sistema Meia Ponte com 800 litros de água por segundo”, o que é usado “para abastecer bairros atendidos pelo Rio Meia Ponte”.

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Fonte:G1