Rio Grande do Sul registra perda de 17 mil colmeias desde início das enchentes


O estado do Rio Grande do Sul já contabiliza a perda de ao menos 16,9 mil colmeias desde o início das enchentes ocorridas desde os primeiros dias do mês de maio.

Em média, cada colmeia tem aproximadamente de 50 a 80 mil abelhas e os dados consideram apenas as mortes das espécies Apis mellifera e de abelhas-sem-ferrão, ocorridas até o último dia 20.

Perda de colmeias no Rio Grande do Sul

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Dados do levantamento não consideram as colmeias que foram parcialmente atingidas pela água e nem as que estão em risco devido a falta de alimentos. Foto: Divulgação

O levantamento foi realizado pela Federação Agrícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul, em parceria com o Observatório das Abelhas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura e Pecuparia, e registou perda de colmeias em pelo menos 66 municípios do estado, principalmente em Palmares do Sul (RS), no qual computou a destruição de mais de duas mil colmeias.

“As colmeias ficaram submersas ou foram carregadas [pela água]. Muitas áreas foram inundadas pelas águas que escorreram das partes mais altas, levaram as colmeias ou inundaram os locais, deixaram as colmeias realmente submersas e as abelhas morreram”, explicou a coordenadora executiva do Programa Observatório de Abelhas do Brasil, a bióloga Betina Blochtein.

Os dados do levantamento não consideram as colmeias que foram parcialmente atingidas pela água e nem as que estão em risco devido a falta de alimentos. De acordo com a Associação de Estudo das Abelhas, o estado gaúcho tem 486 mil colmeias.

“A gente não está computando as colmeias que estão agora em alto risco, por exemplo, que foram parcialmente afetadas. As paisagens foram muito lavadas, em muitos casos elas estão com uma camada de lodo, de terra por cima, não têm vegetação com flores, então, não têm alimentação para as abelhas”, disse a coordenadora.

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Abelhas não sociais são mais frágeis e têm menos capacidade de se defender de alterações climáticas. Foto: Envato

A coordenadora também destacou que a quantidade de abelhas mortas no estado devido a tragédia climática, poder ser muito maior, pois apenas a espécie Apis mellifera e abelhas-ferrão que foram monitoradas.

“Temos na natureza centenas, milhares de espécies de abelhas que a gente não consegue monitorar, e que ninguém viu onde elas estavam quando começou a chuva e ninguém consegue contá-las”.

Com base na coordenadora, essas abelhas não sociais são mais frágeis e têm menos capacidade de se defender de alterações climáticas bruscas e provavelmente foram ainda mais impactadas pelas chuvas e enchentes.

“O que acontece é que as abelhas não sociais não têm reservas de alimento, elas são mais sensíveis e tendem a perecer mais facilmente. O triste disso tudo é que se a gente tomar a Apis mellifera, ou mesmo as abelhas-sem-ferrão, como as espécies que indicam o que está acontecendo com os polinizadores, então vamos ter um cenário bem trágico, que nem conseguimos enxergar”., concluiu a coordenadora.

Informações extraídas da Agência Brasil. 



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