Rio de Janeiro é o estado com mais recusas ao Censo 2022, diz IBGE | Rio de Janeiro

O segundo balanço geral do Censo 2022, divulgado nesta segunda-feira (3), mostrou o Rio de Janeiro como o estado que mais recusou responder à pesquisa. Apesar de ser obrigatório, quase 1 milhão de casas no território fluminense negaram a passar informações até 2 de outubro.

Enquanto a média de recusa pelo país é de 2,27% dos entrevistados, o Rio de Janeiro emplaca quase 4%: 3,75%. Com isso, o estado está entre os únicos três acima dos 3% e dos 12 com mais de 2%.

O questionário básico, respondido por 88,3% da população, demora apenas seis minutos. Já o ampliado, que abrange só 11,7% dos entrevistados leva cerca de 16 minutos.

No primeiro balanço, até 29 de agosto, eram quase 600 mil recusas no estado. Já no último levantamento, eram mais de 960 mil. Ao receber o funcionário do IBGE em casa, o morador é obrigado a responder ao questionário.

Segundo a lei nº 5.534, promulgada em 1968, o morador que recusar pode receber uma multa de até dez salários mínimos – cerca de R$ 12 mil. Em caso de reincidência, o valor pode dobrar, até R$ 24 mil.

Taxa de recusa em outubro 2022 — Foto: Reprodução/IBGE

As negativas foram alvo de críticas nas redes sociais, e recenseadores reclamaram das justificativas usadas pela população. Entre os argumentos, é falado, por exemplo, que o governo vai roubar as informações, que é um golpe financeiro ou até mesmo uma tentativa de fraude eleitoral. Todas as perguntas têm fins estatísticos apenas e as respostas são sigilosas.

Muitos desses argumentos partem de informações falsas que circulam na internet. Em setembro, o Fato ou Fake, do g1, comprovou que é mentira, por exemplo, que agentes do Censo perguntam sobre intenção de voto ou usam celulares como urnas eletrônicas. Segundo um áudio, o aparelho roubaria a biometria e os dados dos eleitores para fraudar as eleições.

Outro áudio também afirmava que cerca de 100 equipamentos e coletes do Censo tinham sido roubados e seriam usados por assaltantes. O Fato ou Fake descobriu que o autor da gravação, na verdade, errou ao tentar identificar o recenseador, que era um funcionário de fato.

Já uma mensagem desmentida pelo Fato ou Fake era sobre o print da conversa de um suposto policial, alertando que um assaltante se passaria por funcionário do IBGE. E tem mais: a apuração do g1 descobriu que esse tipo de postagem circula no Facebook desde 2014, mudando apenas a foto do suposto criminoso.

Veja o ranking de recusa pelo país

  1. Rio de Janeiro: 3,75%
  2. São Paulo: 3,74%
  3. Roraima: 3,64%
  4. Mato Grosso: 2,95%
  5. Distrito Federal: 2,55%
  6. Amazonas: 2,43%
  7. Goiás: 2,27%
  8. Ceará: 2,26%
  9. Espírito Santo: 2,23%
  10. Amapá: 2,18%
  11. Mato Grosso do Sul: 2,12%
  12. Pará: 1,89%
  13. Acre: 1,78%
  14. Bahia: 1,72%
  15. Santa Catarina: 1,67%
  16. Tocantins: 1,64%
  17. Alagoas: 1,60%
  18. Rondônia: 1,54%
  19. Rio Grande do Sul: 1,53%
  20. Paraná: 1,53%
  21. Pernambuco: 1,49%
  22. Minas Gerais: 1,44%
  23. Sergipe: 1,41%
  24. Maranhão: 1,32%
  25. Rio Grande do Norte: 1,25%
  26. Piauí: 1,08%
  27. Paraíba: 0,90%

A respeito das negativas, o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte, disse que o objetivo é contornar essa situação.

“É uma parcial e temos a intenção de reduzir esse percentual de recusa. Ao final da coleta, todos que permanecerem na condição de recusa vão receber uma carta de notificação para que tenham uma última oportunidade de responder pela internet”, disse o gerente Luciano Duarte.

Já em condomínios de alta renda, que impedem a entrada de recenseadores, o IBGE recomendou que, em último caso, os funcionários busquem um mandado judicial para conseguir ter acesso ao local.

Antes dessa última medida, o supervisor é orientado a tentar reverter a situação e entregar um e-Ticket e uma carta explicativa. Depois de dez dias, ele ainda vai tentar novamente o acesso ao local para finalizar os questionários.

Outra solução do IBGE é fazer o questionário no formato online a esses moradores.

No estado do Rio de Janeiro, foram entrevistados 49% dos fluminenses esperados para a pesquisa.

O prazo do IBGE para concluir as pesquisas, que terminariam em outubro, foi previsto para dezembro.

Todos os recenseadores trabalham uniformizados, com boné e colete azuis do IBGE e um crachá de identificação com foto. Eles têm números de matrícula e identidade do entrevistador e usam um “Dispositivo Móvel de Coleta” (DMC) – aparelho que parece um smartphone para coletar as informações.

Dispositivos móveis de coleta do Censo 2022 — Foto: IBGE/Divulgação

Canais do IBGE para identificar servidores

O IBGE tem dois canais primordiais para a devida identificação de seus servidores, pesquisadores ou recenseadores: o telefone 0800 721 8181 e o site https://respondendo.ibge.gov.br/.

Os dois canais representam um serviço permanente do IBGE para qualquer cidadão que seja procurado para responder a qualquer pesquisa e que queira se certificar de que aquela pessoa na porta ou na portaria é mesmo um servidor do instituto.

Desde sempre, o síndico, o porteiro, o zelador ou o morador podem e devem entrar em contato com os canais de atendimento do instituto, que fornecem as informações necessárias sobre o recenseador presente no condomínio ou na moradia.

Pelo site Respondendo ao IBGE:

1 – O síndico, o porteiro ou o morador de qualquer tipo de domicílio deve solicitar ao recenseador o número do RG, CPF ou matrícula dele no IBGE.

2 – De posse desses dados, acessar o site https://respondendo.ibge.gov.br/

3 – No site, clicar em “Verifique a identidade do entrevistador”.

4 – E, ali, digitar o número do RG, CPF ou matrícula do recenseador no IBGE, devendo receber a confirmação da identidade do recenseador.

Pelo Canal: 0800 721 8181:

1 – O síndico, o porteiro ou o morador também pode ligar, gratuitamente, para o telefone: 0800 721 8181.

2 – No menu, logo como primeira mensagem, ouvirá o seguinte: “Para confirmar a identidade do recenseador, digite 1”.

3 – Quando digitar 1, será atendido por um agente do call center. Daí, basta informar a ele o número do RG, CPF ou matrícula do recenseador. E o agente telefônico fará a consulta, confirmando ou não a autenticidade da identidade.

Obs: A matrícula do recenseador deverá se encontrar visível no crachá do agente, que deverá estar exposto no seu colete, na parte frontal, à esquerda.

Fonte: Portal G1