Regulador nos EUA abre investigação sobre rastreamento por bancos de comunicação digital de funcionários, dizem fontes – Notícias


Por Chris Prentice e Jody Godoy

WASHINGTON (Reuters) – A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) abriu uma ampla investigação sobre como os bancos de Wall Street estão rastreando as comunicações digitais dos funcionários, disseram à Reuters três pessoas familiarizadas com o assunto. A equipe de fiscalização da SEC entrou em contato com vários bancos nas últimas semanas para verificar se eles estavam documentando adequadamente as comunicações relacionadas ao trabalho dos funcionários, como mensagens de texto e e-mails, com foco em seus dispositivos pessoais, disseram as pessoas, que falaram sob condição de anonimato. A “varredura” do setor é mais um sinal de que a SEC está intensificando a fiscalização sob sua liderança democrata e destaca os desafios que os bancos de Wall Street enfrentam para acompanhar as comunicações de suas equipes na era de home office em função da pandemia. A SEC realiza periodicamente varreduras para reunir rapidamente informações sobre problemas que suspeita estarem disseminados. As varreduras podem às vezes, embora não necessariamente, levar a investigações formais. A varredura parece resultar de uma investigação que a agência vem conduzindo há algum tempo em uma instituição financeira em particular, disseram duas fontes, sem revelar o nome da empresa. Em agosto, o JPMorgan Chase & Co divulgou que vinha respondendo a questionamentos regulatórios sobre sua “conformidade com os requisitos de preservação de registros em conexão com comunicações comerciais enviadas por canais de mensagens eletrônicas” que o banco não havia aprovado. Disse que estava discutindo uma “resolução” com os reguladores, sem especificar quais. Porta-vozes da SEC e do JPMorgan não quiseram comentar. A SEC e a Financial Industry Regulatory Authority, órgão autorregulador de Wall Street, exigem que corretores mantenham registros de todas as comunicações relacionadas aos negócios. Os bancos têm que caminhar sobre uma linha tênue para cumprir esses requisitos sem infringir a privacidade dos funcionários, disse uma das fontes. Nos Estados Unidos, não existe uma base legal clara sobre a qual um empregador possa exigir a inspeção das comunicações pessoais dos funcionários, enquanto em outros países isso pode violar os estatutos de proteção de dados, disse a fonte. Como resultado, muitas empresas financeiras proíbem o uso de e-mail pessoal, mensagens e outros canais de mídia social para fins de trabalho, mas acompanhar a proliferação de aplicativos de comunicação – especialmente durante a pandemia – é um desafio para as empresas. Em um discurso na semana passada, o chefe de fiscalização da SEC, Gurbir Grewal, advertiu que as instituições deveriam ficar em cima de muitas “questões levantadas pelo uso crescente de dispositivos pessoais, novos canais de comunicação e outros desenvolvimentos tecnológicos”. No ano passado, o Morgan Stanley demitiu dois altos executivos devido ao uso não autorizado do WhatsApp para discutir assuntos de trabalho.



Fonte: R7