Região de Curitiba lidera produção de morangos no Paraná, diz secretaria | Caminhos do Campo


A Região Metropolitana de Curitiba lidera a produção de morangos no Paraná, de acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Cerca de 800 produtores são responsáveis por quase metade dos morangos produzidos no estado, segundo a pasta.

A produção tem se firmado uma das principais na região e também movimentado dinheiro. Em 2019, conforme a secretaria, a fruta foi a terceira em movimentação de capital, com mais de R$ 200 milhões. Foram produzidas 33 toneladas.

Em Mandirituba, a poucos quilômetros da capital, o cultivo do morango tem atraído a atenção de pequenos produtores. O agricultor Ademir Moleta é um deles. “Você vendo desde o início até a fruta se formar é muito gratificante”, diz.

Região de Curitiba lidera produção de morangos no Paraná, diz secretaria — Foto: RPC/Reprodução

O agricultor conta que teve que mudar completamente os negócios do sítio depois que um frigorífico que comprava as aves criadas por ele faliu. Foram dias difíceis, segundo ele.

“Na época que a empresa faliu, ela nos deixou à deriva, com contas a pagar. Isso foi em 2012. A gente ficou anos com a estrutura do aviário parada, sem opção nenhuma. As que apareciam também não eram viáveis porque a gente estava sem capital para coloca-las em prática. Graças a Deus, a gente foi se arrumando e conseguimos adaptar a estrutura do aviário”.

Saíram os frangos e chegaram os morangos. Ele foi o primeiro agricultor da vizinhança a apostar na fruta e, em oito anos, a produção evoluiu. Hoje, são mais de 30 mil pés – cada um rende cerca de um quilo de moranguinhos por ano.

Os pés produzem o ano inteiro. Na propriedade são cultivados morangos de origem espanhola e chilena. Para o agricultor, são novos tempos:

“A gente agregou qualidade, produto fresco. A gente colhe na parte da manhã e até a tarde já está entrando no mercado pra vender”.

A produção do agricultor é suspensa. Os canteiros ficam estruturas a pelo menos um metro chão. A produção é regada e adubada num sistema de gotejamento. O manejo diminui a quantidade de agrotóxicos e utiliza com frequência os bio fertilizantes.

Além disso, alguns insetos, como joaninhas e abelhas, são parceiros do agricultor, como explica o técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Luiz Gustavo Lorga.

“Eles são inimigos naturais de algumas pragas e de algumas doenças, eles se competem, e isso é retirado da natureza e feito em larga escala. Então, você tem um nível de controle, você coloca o manejo integrado e capacita o agricultor para que ele faça uma identificação precoce dos alvos e você consegue controlar com biológicos”.

Atualmente, em Mandirituba, são pelo menos 80 agricultores cultivando morangos. Parte deles criou uma cooperativa que vende o produto diretamente para os supermercados, garantindo lucro para o agricultor e sabor na mesa pra quem for consumir.

A estratégia dá agilidade aos negócios, de acordo com o técnico agrícola Joel Sebastião da Cruz, da Secretaria da Agricultura de Mandirituba.

“A gente está próximo a capital. Então, a gente tem um mercado pra colocar, pra vender, próximo da gente. É um produto que vai chegar fresco ao consumidor porque não vai viajar longas distâncias. Assim, dá para manter uma qualidade muito boa e, com isso, o pessoal vai ganhando dinheiro e a gente conseguindo aumentar cada vez mais os produtores nessa atividade”.

O técnico do IDR afirma que o Paraná ainda é insuficiente na produção de morangos para o próprio consumo, tendo que trazer a fruta de outros estados para abastecimento.

Da cidade para os morangos

Com tantas possibilidades, é cada vez maior o número de agricultores interessados no cultivo, como Rosana Gabardo Pallu. Ela era confeiteira e agora é produtora de morangos. “O principal bolo que eu vendia na confeitaria era o de morango, era o mais bonito, o que mais vendia”, lembra.

Rosana deixou a confeitaria movida por um sonho e convenceu a família a se mudar para a roça. Hoje, ela trabalha com o marido, o Marcos, que era metalúrgico, e com a irmã, a Diana, que também era confeiteira.

A família já tinha uma chácara, mas, não tinha produção – só a ideia de trocar a cidade pelo campo. Agora, é ela que oferece morangos para as confeitarias.

“Eu estou num ambiente que eu sempre sonhei, no meio do mato, não tenho stress, tenho uma renda muito boa. Todo dia que eu chego aqui pra trabalhar eu agradeço muito a Deus, porque eu estou muito feliz. O morango, além de ser uma fruta muito bonita, me dá uma renda boa e transformou a minha vida”, diz a agricultora.

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Fonte: G1