Região de Bauru é responsável por mais de 80% da produção de seda do estado | Nosso Campo


O fio da seda é um dos produtos mais valorizados na indústria têxtil, sendo matéria-prima para o mercado da moda. De uma indústria em Bastos (SP) sai uma boa parte da produção brasileira. Mas, antes de chegar ao produto pronto, é preciso ir até o campo.

É no campo que tudo começa e o bicho da seda é o grande responsável pelo processo. Sem ele, nenhum fio poderia ser produzido.

O agente sericícola Ademir Esteves explica que o bicho da seda tem cinco idades. Ele é entregue ao produtor já na terceira idade. Nessa fase, o bicho vai comer em média por três dias e passar pelo processo de troca de pele. O processo se repete na quarta idade. Na quinta e última, o bicho da seda está praticamente pronto para fazer o casulo.

O ciclo de uma lagarta dura de 21 a 24 dias. Para se desenvolver, ela precisa comer bastante. Pés de amora é o único alimento do bicho da seda, não o fruto, mas, sim, a folha.

Depois de colhidas, o produtor José Rodrigues, acompanhado pelo filho, distribui a comida pelas camas de criação. Ele é terceirizado de uma empresa, cuida da produção no campo e recebe parte do lucro.

A sericicultura, como é chamada, tem essa característica de contar com uma produção familiar. O processo de fazer o casulo dura alguns dias. O bicho faz para se proteger de possíveis predadores durante a metamorfose. Toda a cadeia de produção da seda é orgânica.

(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 18/04/2021)

Região de Bauru é responsável por mais de 80% da produção de seda do estado

Região de Bauru é responsável por mais de 80% da produção de seda do estado

O presidente da Câmara Setorial da Seda do Estado de São Paulo, William Aita, diz buscar novos produtores que estejam alinhados ao parâmetro de qualidade e aos ideais de responsabilidade ambiental para alavancar a produção da seda.

Além da unidade da empresa que fica em Bastos, existem polos no Paraná e Mato Grosso do Sul. O casulo chega à empresa e passa por vários processos de classificação e seleção. Tudo para garantir que só os de melhor qualidade passem para a frente.

Depois de tantas etapas, chega o momento em que o casulo começa finalmente a se parecer com a seda. Os casulos são jogados na água e a máquina começa a puxar o fio para cima. Um único casulo pode chegar até dois quilômetros de fio.

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Fonte: G1