Produtores de iscas aproveitam maior demanda no período de piracema | Nosso Campo


Em um galpão de 1,2 mil metros quadrados, a produção de minhocas em grande escala é organizada em canteiros. Elas se reproduzem em um composto orgânico, chamado torta de filtro, resíduo do processo da filtragem do caldo da cana de açúcar.

Há 15 anos no ramo, Walter Roberto Schinelo diz que o manejo é simples, mas alguns detalhes fazem toda a diferença.

A minhoca é uma das iscas mais procuradas para pesca esportiva. A espécie que Walter cultiva é a gigante africana.

A venda é por litro, que hoje custa em média R$ 20, mesmo preço do ano passado. O reajuste não foi possível porque o produtor diz que o mercado de iscas vem registrando queda de uns anos para cá.

(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 13/02/2022)

Produtores de iscas aproveitam maior demanda no período de piracema

Produtores de iscas aproveitam maior demanda no período de piracema

Além das minhocas, na propriedade em Mirassol (SP) também há criação de lambaris. São seis tanques de engorda.

Dias antes da venda para as casas de isca, eles são trazidos para pequenos reservatórios, onde ocorre o processo de depuração, que é a limpeza do intestino do peixe. Aqui ele não recebe mais alimento.

O lambari é vendido hoje por unidade. Varia de R$ 0,15 a R$ 0,70, dependendo do tamanho do peixe.

Durante o período de piracema em que a captura de peixes nativos é proibida, a venda de iscas vivas, como minhocas e lambaris, aumenta em mais de 50%, porque, neste período, a captura de iscas naturais dos rios também não é autorizada. O pescador tem que apresentar nota fiscal de tudo o que compra.

Os lambaris pequenos são muito usados para pesca de corvina, peixe bem comum na região.

Toda semana um comerciante busca lambaris para a loja dele, em Mirassol. Na piracema, ele diz que as vendas de iscas vivas aumentam mais de 60%.

No instituto da pesca em São José do Rio Preto, mantido pelo governo estadual, os lambaris estão entre as espécies pesquisadas. O zootecnista Eduardo Onaka fala dos principais cuidados que a atividade exige.

Todo mês pelo menos 80 mil lambaris saem dos tanques da associação em Monte Aprazível (SP). A reprodução é induzida para aumentar a produtividade e padronizar o tamanho dos peixes.

Do dia em que a larva é colocada no tanque até o lambari chegar ao tamanho ideal para venda são dois meses. Mas, para isso, ele precisa de uma dieta bem reforçada. Alimentação três vezes ao dia.

Enquanto a piracema não termina, a produção segue em ritmo acelerado, e o lambari como a isca preferida dos pescadores.

O comércio de iscas tem no noroeste de São Paulo uma grande demanda, afinal a região é banhada por muitos rios importantes, como o Tietê, o Paraná e o Grande.

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Fonte:G1