O arroz é um alimento base da culinária mundial, sendo principal fonte de nutrição de cerca de 3,5 bilhões de pessoas. No Brasil, está presente no prato dos brasileiros diariamente, sendo um dos principais grãos cultivados no país e que, por conta da alta demanda, atende em grande parte o mercado interno.
Dia 31 de outubro é celebrado o Dia Internacional do Arroz, que é o terceiro grão mais consumido no mundo e cultivado em mais de 100 países, principalmente no continente asiático, de acordo com a Organização Mundial de Alimentação e Agricultura (FAO).
Produção brasileira de arroz
O Brasil é o 10º maior produtor de arroz do mundo, sendo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins os maiores produtores.
Na safra 2024/2025, a área plantada de arroz deve ser de 1,7 milhão de hectares, crescimento de 9,9% com relação à temporada anterior. A alta é verificada em todas as regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste e o Sudeste, onde o incremento chega a 33,5% e 16,9% respectivamente.
A produção é estimada em 12 milhões de toneladas, 13,8% superior que o último ciclo e recuperando o volume obtido na safra 2017/2018, principalmente com a estimativa de expansão de área e expectativa de melhor rentabilidade do setor.
Estima-se que o consumo nacional permanecerá estável em 11 milhões de toneladas na safra 2024/25. É o que aponta os dados são do 1º Levantamento da safra na temporada, divulgado em outubro, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Esse aumento na área de produção acontece por conta dos benefícios agronômicos que o arroz traz para o sistema de produção, por conta da maior rentabilidade e pela maior procura das indústrias que tem uma qualidade superior e melhor logística de produção vindo do Centro-Oeste brasileiro”, analisa o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão em Goiás e um dos coordenadores do programa de melhoramento de plantas de arroz, Adriano Castro.
Só em Mato Grosso, os produtores irão destinar mais de 133 mil hectares para o cultivo do grão, com uma elevação de 39,3% quando comparada com a área registrada na temporada de 2023/24. Em Goiás esse aumento chega a 24%, índice pouco menor que o registrado em Minas Gerais, onde se verifica uma alta de 25,1%. O Sul também tende a registrar uma maior área cultivada, chegando a cerca de 1,16 milhão de hectares.
Benefícios do arroz em sistemas integrados
Segundo Castro, o uso de cultivares mais tolerantes ao clima e mais produtivas, que beneficiam inclusive em sistemas integrados, vêm aumentando o interesse dos produtores em cultivar mais arroz.
“Cultivares de arroz adequadas em rotação de culturas em sistemas integrados de produção vêm sendo utilizadas pós-soja, antes do cultivo do feijão, como segunda safra, sendo bem interessante como primeira safra em áreas de pivô central. Além disso, plantado antes em rotação com hortifrúti: cebola, tomate rasteiro, alho, batata, cenoura”, explica.
O arroz além de ser uma opção para os sistemas integrados, tem mostrado benefícios às culturas que vem antes ou depois do seu cultivo.
“Traz benefícios como quebra do ciclo, controle de pragas, doenças e plantas daninhas, que prejudicam a produtividade de hortaliças, do feijão, da soja, do algodão. Outro benefício é a palhada do arroz, muito rica em carbono e em um volume maior, que proporciona uso de menos água para produzir, pois a palha mantém a umidade do solo”, enfatiza.
Cultivar de arroz da Embrapa
A cultivar de arroz de terras altas BRS A502, lançado em 2020 pela Embrapa Arroz e Feijão, tem sido inserida em cultivo intensivo e integrado com outras culturas como soja, milho e feijão na Região do Cerrado. A cultivar se mostra uma alternativa para impulsionar a oferta do grão produzido no Brasil.
“Essa cultivar tem entregado produtividades de 150, 140, 130 sacas por hectare, muito altas, com custos de produção muito baixos em torno de 50 a 60 sacas por hectare. É um arroz extremamente rentável nesse sistema de produção. Além disso, é uma cultivar do Centro-Oeste, que entrega para indústrias um rendimento de grãos inteiros muito maior do que do Sul.
Produção de arroz na próxima década
Para a próxima década, espera-se que a produção brasileira de arroz aumente em 3,1 milhões de toneladas, atingindo 13,7 milhões de toneladas, permitindo o atendimento ao consumo que está estimado 10,8 milhões de toneladas, com excedente de exportação na ordem de 1,3 milhão de toneladas.
Os dados são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 20203/2024 a 2033/2034, realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).