Presidente do BNDES vê PPPs como ‘3ª opção’ e descarta avanço do modelo nos próximos anos | Economia


O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse nesta terça-feira que as parcerias público-privadas (PPPs) são a terceira opção da instituição para atração de investimentos ao Brasil e que não conta com um avanço desse modelo de negócios nos próximos anos, ao contrário do grande número de privatizações e concessões esperadas.

“Naturalmente, nós preferimos as privatizações como primeira opção, depois as concessões, e a PPP como terceira opção”, disse Montezano no seminário online “Projetos de Infraestrutura no Brasil: Oportunidades e Desafios para Investidores”, organizado pelo Campos Mello Advogados, o DLA Piper e a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

“Como vemos hoje, e especialmente depois dessa crise que vivemos, a situação fiscal do governo federal e dos Estados é muito apertada. Para estruturar PPPs, o ponto crítico agora é como garantir o investimento do lado do governo. É por isso que não vemos ainda um crescimento das PPPs no Brasil, e eu ficarei surpreso se virmos um aumento na quantidade de PPPs nos próximos anos”, explicou.

Montezano disse que o Brasil “provavelmente” é hoje o país com o maior pipeline de projetos abertos à iniciativa privada no mundo. Em 2020, a carteira de projetos de desestatização do BNDES chegou a 121 ativos (44 federais, 69 estaduais e 8 municipais). Quando divulgou os resultados do ano passado, o banco disse que eram estimados R$ 223 bilhões em capital mobilizado, entre investimento e outorgas.

O presidente do BNDES afirmou ainda que o BNDES pode “entregar mais” funcionando como um prestador de serviços ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. Em sua avaliação, o PPI, que tem cinco anos, chega agora à sua maturidade, enquanto o BNDES, como modelador de projetos, deve chegar a esse patamar nos próximos dois ou três anos.

“Quando analisamos as perspectivas de leilões, haverá demanda para bons projetos em setores com regulação apropriada”, disse ele no evento voltado a investidores estrangeiros.

Montezano afirmou ainda que o Brasil caminha para uma “completa revolução” dos negócios de infraestrutura, baseado em um ambiente de disciplina fiscal, boa regulação e bons projetos. “Poucos países no mundo têm uma governança federal com essa disciplina de desenvolvimento de projetos”, disse.



Fonte: G1