Por que uso de estatais pelo governo Lula preocupa o mercado


Depois um desempenho negativo da B3 em dezembro de 2022 – queda de 2,45% no Ibovespa e de 1,61% no Índice de Dividendos –, causado pelas incertezas sobre o novo governo e piora do mercado global de ações, o cenário tende a continuar desafiador para a bolsa em janeiro. De acordo com Mauro Rached, Head de Investimento do banco Daycoval, os investidores devem seguir acompanhando atentamente os sinais do governo recém-empossado. “Não se deve esperar que as incertezas em torno da política econômica que será implementada se dissipem já no primeiro mês do mandato de Lula”, avalia.

O ingresso de recursos no mercado financeiro não deve crescer significativamente em 2023, ainda mais num cenário de juros altos que beneficiam a renda fixa. Para o Daycoval, a aposta para o ano segue sendo nos ativos que acompanham o CDI, tendo em vista o cenário de juros elevados adotados para o controle inflacionário. Uma das questões que gera preocupação no mercado é um possível aumento da intervenção do Estado na economia, em parte através do uso de bancos públicos e estatais federais. “A sensação de que o modelo econômico de Lula passará por uma política fiscal expansionista tem levado os participantes do mercado a exigir um prêmio maior na curva de juros, impactando diretamente as empresas ligadas ao consumo e levando o índice de consumo a uma queda de 5,29% em dezembro”, diz a instituição.

Siga o Radar Econômico no Twitter



Veja Economia