Petroleiros na BA decidem entrar em greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira | Bahia


Os petroleiros da Bahia anunciaram que vão entrar em greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira (18), com ato em frente à Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador. Uma manifestação está marcada para 7h.

A diretoria do Sindipetro, que representa do trabalhadores, informou que participou de reuniões de negociação com o RH corporativo da Petrobras, mas não houve avanço, por isso, a categoria confirma a deflagração da greve aprovada em assembleias que aconteceram em todas as unidades do Sistema Petrobras em dezembro de 2020.

As reivindicações, segundo o Sindipetro são por direitos, empregos e contra a insegurança e também contra a pressão e o assédio moral. A categoria está preocupada devido a venda da Refinaria Landulpho Alves ao grupo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, pelo valor de US$ 1,65 bilhão, no dia 8 de fevereiro. Os petroleiros já tinham feito uma manifestação pela venda da refinaria no dia 10 de fevereiro.

Por meio de nota, a Petrobras informou que foi notificada no último domingo (14) pelo Sindipetro-BA, sobre a intenção de realizar um movimento grevista. De acordo com a notificação, o motivo alegado para a paralisação é o processo de desinvestimento da RLAM.

Segundo a companhia, uma greve com essa motivação não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve. Decisões recentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) confirmam esse entendimento, informou a Petrobras.

A greve, segundo a empresa, só é legítima quando está relacionada à reivindicação de direitos dos trabalhadores, como salário e benefícios; caso contrário, é considerada abusiva. Diante disso, a empresa informa que adotará todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis.

A venda da RLAM, de acordo com a Petrobras, não acarretará na perda de direito ou vantagem trabalhista para os empregados da Petrobras.

A empresa disse ainda que garantiu que todos os empregados que optarem por permanecer na Petrobras serão realocados em outros ativos e áreas da companhia. No atual Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022, a companhia se compromete a não fazer nenhuma demissão sem justa causa, portanto, é descabido associar a venda da RLAM ao movimento grevista.

Disse também que a venda do ativo não implicará em descontinuidade das operações, já que novos investidores tendem a buscar potencializar as produções e ampliar investimentos, com incremento às economias locais.

A Petrobras disse que está conduzindo os processos de desinvestimento com transparência e respeito aos empregados, seguindo sistemática aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A companhia informou que divulga interna e externamente as principais etapas do processo e dá todo o apoio aos profissionais envolvidos.

A refinaria que fica na cidade de São Francisco do Conde, teve origem impulsionada pela descoberta do petróleo no estado baiano. A operação da Rlam possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico do país, o de Camaçari.

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Fonte: G1