Petrobras eleva previsão de investimentos para US$68 bi em 5 anos


Por Roberto Samora e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras prevê investir 68 bilhões de dólares entre 2022 e 2026, um aumento expressivo em relação ao plano de negócios plurianual anterior, à medida que reforça aportes para ampliar a produção de petróleo no pré-sal, segundo fato relevante divulgado nesta quarta-feira.

No plano anterior, anunciado no ano passado, a Petrobras havia projetado 55 bilhões de dólares entre 2021 e 2025, realizando naquela oportunidade uma redução de 27% na estimativa de aportes plurianuais para preservar caixa diante da pandemia de Covid-19.

A pandemia, contudo, impactou os planos de produção de petróleo da Petrobras para 2022, e a empresa revisou a projeção para o ano que vem a 2,1 milhões de barris de óleo por dia em média –considerando uma variação de 4% para mais ou para menos. Os desinvestimentos também afetaram a projeção.

No plano anterior, a Petrobras havia previsto produção média de 2,3 milhões de barris de petróleo por dia entre 2022 e 2025, com os números sendo afetados por desinvestimentos em campos de petróleo e gás naquela oportunidade.

Nos próximos anos, entretanto, a expectativa é de um aumento na produção de petróleo, à medida que os investimentos feitos no pré-sal apresentam resultados.

Para 2023, a previsão é de produção de petróleo de 2,2 milhões de barris por dia, volume que sobe para 2,4 milhões em 2024, 2,5 milhões em 2025 e 2,6 milhões de barris por dia em média em 2026.

A companhia informou que, dos investimentos totais previstos no horizonte do plano, 84% vão ser alocados na exploração e produção de petróleo e gás natural (E&P), um montante de 57 bilhões de dólares, versus 46,5 bilhões no plano anterior.

E do capex total do E&P em 2022-2026 cerca de 67% serão destinados para os ativos do pré-sal, com reservas de classe mundial com alta produtividade que têm sido o foco da Petrobras nos últimos anos.

O montante dos investimentos e o foco no pré-sal ficaram em linha com reportagem da Reuters, que a semana passada havia apontado um aumento dos aportes, para um intervalo entre 60 bilhões e 70 bilhões de dólares.

A empresa também projeta desinvestimentos relevantes no período do plano — de 15 bilhões a 25 bilhões de dólares — “o que contribuirá para melhorar a eficiência operacional, o retorno sobre o capital e a geração de caixa necessária para manter a dívida em patamar adequado”. Parte das refinarias da companhia deverá ser vendida.

A empresa disse que a métrica de dívida bruta presente no último plano estratégico foi excluída, devido ao atingimento antecipado do objetivo de 60 bilhões de dólares no último trimestre.

“No entanto, visando manter os incentivos para uma boa gestão da alavancagem, será considerada como gatilho da métrica…a manutenção da dívida bruta abaixo de 65 bilhões de dólares”, disse a companhia.









Fonte:
Mix Vale