Um grupo de pesquisadores iniciou uma expedição para buscar peixes-elétricos na Amazônia, no fundo do Rio Negro. A iniciativa faz parte do projeto Diversidade e Evolução de Gymnotiformes, que existe desde 2017.
Com o projeto, os pesquisadores já foram capazes de descobrir duas espécies de poraquê, no ano de 2019.
Buscas por peixes-elétricos
Com a expedição, além de identificar novas espécies os pesquisadores ainda pretendem contribuir para a conscientização e preservação da biodiversidade local.
“Em uma das coletas efetuadas, um dos nossos pesquisadores descobriu duas espécies novas, uma das quais produz através do órgão elétrico 650 volts, o suficiente para derrubar uma pessoa, vamos dizer assim. Essa descoberta provocou uma repercussão muito grande”, relatou o coordenador da expedição, Naercio Menezes.
Um dos exemplos que os pesquisadores vão procurar é a espécie Iracema caiana, coletada apenas uma vez em 1968 na região da expedição, além de outros que possa contribuir com estudos em andamento ou até a originar a descrição de novas espécies. Na embarcação, também estarão aproximadamente 20 pessoas, incluindo tripulação e pesquisadores que devem subir o rio partindo de Manaus até Santa Isabel do Rio Negro, durante a expedição que deve durar até 2 de março.
Durante a procura, os pesquisadores usarão estudos moleculares, em que uma amostra de tecido por análise de DNA, no qual isso permitirá distinguir as espécies de forma mais precisa e auxiliando no trabalho morfológico e anatômico.
De acordo com o coordenador da expedição, os peixes-elétricos utilizam a eletricidade que produzem para alimentação e para comunicação entre eles. O projeto ainda descobriu que uma das espécies, o poraquês, fazem predação social que é a captura de presas em grupo.
“No ano passado, pensava-se que ele se alimentava isoladamente, mas eles têm a capacidade de cercar as piabinhas, os peixes pequenos e vão emitindo choques contínuos. As espécies pulam fora da água e eles abocanham. Este é um comportamento que era desconhecido nos peixes”, concluiu.