Para reduzir preços e ampliar oferta, governo libera venda de pacotes de seguros personalizados | Economia


A Superintendência de Seguros Privados (Susep), ligada ao Ministério da Economia, aprovou nesta semana uma flexibilização das regras para o setor. Com a mudança, será permitida a contratação de pacotes personalizados de seguros no Brasil.

As novas regras passam a valer no início de março e permitem que o cliente – pessoa física ou empresa – busque um serviço que atenda às suas necessidades específicas. De acordo com o órgão, os contratos também serão mais simples, facilitando o entendimento do consumidor.

Até o momento, as regras abrangem apenas os chamados “seguros de danos”, como automóveis, imóveis, computadores, smartphones, seguro fiança, patrimonial, rural e seguro cibernético, entre outros.

A expectativa da Susep é que, em um segundo momento, os seguros de pessoas (morte e invalidez, por exemplo) também sofram alterações.

Entenda novas regras para
Entenda novas regras para

5 min Entenda novas regras para ‘combo de seguros’

Entenda novas regras para ‘combo de seguros’

Proposta é baratear o serviço para o consumidor.

Com as alterações implementadas, os clientes poderão contratar, por exemplo, um seguro de automóvel com as características que desejar, podendo ser parcial (protegendo apenas contra roubo e furto, por exemplo) ou por um período definido (somente durante os dias úteis), o que possibilitará um preço mais baixo.

“Como a Susep está retirando algumas restrições, possibilitando uma flexibilidade maior na elaboração dos produtos que não cubram integralmente algum bem – como a cobertura parcial de automóveis –, isso tende a baratear. Vamos ter produtos com escopos diferentes, então, teremos preços diferentes”, disse a coordenadora-geral de Regulação de Seguros Massificados, Pessoas e Previdência, Mariana Arozo.

Além da compra de seguros parciais, também será possível incluir, na mesma apólice, seguros diferentes – como de automóvel e da casa própria, por exemplo.

Com a pandemia do novo coronavírus, os clientes poderão combinar as garantias de um seguro residencial às necessidades do trabalho remoto, como a de um seguro cibernético (proteção de dados), acrescentou a Susep.

Mudanças nas regras de seguros

ANTESDEPOIS
Excesso de regulamentaçãoSimplificação da regulamentação: menos normas e mais foco em liberdade de negociação
Produtos padronizados pela SusepFim de produtos padronizados: mais liberdade para inovação das empresas
Contratos de difícil compreensãoContratos mais claros e simples
Dificuldade de combinação de coberturasLiberdade para combinação de coberturas de acordo com as necessidades dos clientes
Pouco espaço para diversificação de produtosLiberdade de oferta, mais concorrência, inovação, produtos mais baratos
Baixo uso de seguros pela população, apesar das necessidadesMais oportunidades de acesso ao seguro em diversos níveis, de acordo com as necessidades

De acordo com Mariana Arozo, a internet é um canal muito importante que tende a impulsionar o mercado de seguros. “Já é permitida [a contratação pela internet], existe um normativo especifico sobre uso de meios remotos. Pode ser contratado por aplicativo, fazendo seu cadastro no site da seguradora”, declarou.

Crescimento do setor de seguros

Segundo a Susep, os seguros de danos somaram R$ 78,9 bilhões no final de 2020. O valor, equivalente a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), se refere às prestações pagas pelos consumidores — os chamados “prêmios”, no jargão técnico.

Segundo Igor Lourenço, diretor-técnico do órgão, as novas regras permitirão um “significativo aumento” do mercado de seguros no Brasil nos próximos anos, que “ainda é muito pequeno comparado a economias desenvolvidas e emergentes”.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), citados pela Susep, mostram que os prêmios pagos somaram 1,4% do PIB na Colômbia, 1,5% no Chile e 3,6% na Argentina. Em países mais desenvolvidos, como França, EUA e Holanda, os números são respectivamente 4,6%, 6,6% e 7,8% do PIB, acrescentou a Susep.

VÍDEOS: tudo sobre economia



Fonte: G1