Óleo de alecrim-do-mato controla fungos e bactérias em culturas agrícolas


O óleo essencial extraído do alecrim-do-mato (Lippia sp. Schauer – Verbenaceae), nativo da Caatinga, mostrou ter potencial para controlar fungos e bactérias em culturas agrícolas.

Estudos liderados pela Embrapa Semiárido (PE) apontam que a planta pode produzir eficientes defensivos biológicos, por conta dos altos níveis de timol e carvacrol em suas folhas, que tem forte ação antimicrobiana contra diversos microrganismos que causam prejuízos na agricultura.

Planta tem altos níveis de timol e carvacrol nas folhas, que tem forte ação antimicrobiana.
Planta tem altos níveis de timol e carvacrol nas folhas, que tem forte ação antimicrobiana. Foto: Clarice Rocha/Embrapa Semiárido

Defensivos agrícolas com óleo de alecrim-do-mato

As análises realizadas pela Embrapa e parceiros demonstraram a eficácia do óleo essencial do alecrim-do-mato, no controle de fungos e bactérias que podem causar doenças em diversas culturas, como os microrganismos: Colletotrichum gloeosporioides, C. musae, C. fructicola, C. asianum, Alternaria alternata, A. brassicicola, Fusarium solani, F. oxysporum f. sp. Cubense, Lasiodiplodia theobromae, Thielaviopsis paradoxa, entre outros.

A pesquisadora Ana Valéria Vieira de Souza, que coordena os estudos para domesticação da planta e viabilização da sua exploração comercial, aponta que além do seu potencial agrícola, o óleo também mostra promessas para uso na saúde animal e humana.

“Na pecuária, por exemplo, trabalhos apontam sua eficácia no tratamento da mastite, uma enfermidade de relevante impacto para a produção animal, causada pela bactéria Staphylococcus sp”, cita.

As propriedades antissépticas, antifúngicas, antibacterianas e anti-inflamatórias do óleo essencial também foram observadas frente a microrganismos como Pseudomonas sp., Candida albicans, Bacillus cereus e Escherichia spp. Os resultados promissores podem abrir novas possibilidades de uso da planta na indústria farmacêutica.

Óleo do alecrim-do-mato também apresenta aplicações na saúde humana e animal.
Óleo do alecrim-do-mato também apresenta aplicações na saúde humana e animal. Foto: Clarice Rocha/Embrapa Semiárido

Aplicação em frutas

Os estudos na Embrapa têm avançado para o uso produto na pós-colheita da manga. De acordo com o pesquisador Douglas de Britto, o objetivo é explorar as propriedades antifúngicas do óleo de Lippia sp., aplicando-o em um revestimento para manter a qualidade da fruta e prolongar seu tempo de prateleira.

É necessário o encapsulamento do óleo em nanopartículas devido à sua alta volatilidade (facilidade com que a substância passa do estado líquido para o gasoso).

Estão sendo aprimoradas formulações e estratégias para potencializar a efetividade desse óleo na fase de pós-colheita. Os estudos estão em laboratório e o próximo passo será a avaliação desse revestimento em escala piloto nas instalações de processamento de manga. Além da cultura da manga, os pesquisadores pretendem testar o óleo de Lippia em outras frutas de interesse comercial, como a uva.

Parceria na pesquisa

A Embrapa Semiárido está à procura de parcerias para ampliar ou avançar o desenvolvimento dos trabalhos com o alecrim-do-mato. Há resultados promissores que apontam o grande potencial do óleo essencial dessa espécie para o desenvolvimento de biopesticidas e fitomedicamentos. Os podem entrar em contato pelo e-mail: cpatsa.chtt@embrapa.br.



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