Oferta de emprego na indústria cai 56,4% no 1º semestre, aponta estudo do CPAT Campinas; veja outros setores




Número de vagas abertas caiu de 156, em 2019, para 68 este ano. Setores de serviços, construção civil e comércio também registraram baixas no período. Vagas de emprego oferecidas pela indústria no CPAT, em Campinas, diminuem 56,4% em 2020
O número de vagas de emprego oferecidas pela indústria por meio do Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT) em Campinas (SP) diminuiu 56,4% no primeiro semestre de 2020. Foram 156 em 2019, contra 68 este ano.
As baixas também foram registradas nos outros três setores que mais empregam no órgão público. Veja a relação abaixo:
Indústria – 56,4%
Serviços – 50,4%
Construção civil – 22,1%
Comércio – 19,6%
Considerando também a redução nas ofertas de emprego entre as oito áreas que mais contratam – que incluem, além das já citadas, os setores de informação e comunicação, empresas internacionais, financeiro e agropecuária -, a redução total é de 41,4%, em comparação com o primeiro semestre de 2019.
2019: 2.110 vagas
2020: 1.235 vagas
Indústria registrou queda de 56,4% na oferta de vagas de emprego no primeiro semestre de 2020, em razão da pandemia da Covid-19
Reprodução/EPTV
O que explica a diminuição?
De acordo com o economista do CPAT, André Luiz de Castilho Fonseca, a redução na oferta de vagas pelos setores citados está diretamente ligada à quarentena imposta pela pandemia da Covid-19.
“Como o comércio não estava escoando a produção, os estoques começaram a crescer na indústria. Então, mesmo com a indústria podendo funcionar [na quarentena], vender para o comércio, ela foi obrigada a reduzir a produção e isso impactou, naturalmente, na sua demanda por contratação de trabalhadores”, explica.
O economista também alerta para os efeitos nocivos provocados pela reabertura e fechamento do comércio sempre que os índices da pandemia apresentam melhora ou piora.
“O que a gente viver em termos de pandemia é também o que a gente vai viver em termos de economia. Então, a epidemia ameaça aumentar, as prefeituras, os estados, são obrigados a fechar de novo a economia. Aí, melhora um pouco, reabre, pior novamente, fecha de novo. Esse cenário também tende a ser muito prejudicial para um prognóstico mais favorável daqui para o fim do ano”, diz o economista.
Comércio fechado em Campinas por causa da pandemia do coronavírus
Reprodução/EPTV
Desempregado relata experiência
André Pinheiro trabalhou como vigilante em uma empresa de Campinas por dois anos e meio, até ser demitido em junho. Com a situação, passou a buscar um novo registro na Carteira de Trabalho — mas tem encontrado dificuldades para se recolocar no mercado em meio à pandemia.
“Quando fui demitido, a empresa desligou também cerca de 20 funcionários. Agora, estou procurando um novo emprego. […] Muitas empresas estão deixando de contratar para não gerar mais custos”, lamenta.
André ficou desempregado em junho e, desde então, luta para se recolocar no mercado
Reprodução/EPTV
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Fonte: G1