‘Na semana que vem, teremos mais’, diz Bolsonaro após indicar nome para substituir atual presidente da Petrobras | Campinas e Região


Um dia após indicar um general da reserva para substituir o atual presidente da Petrobras, Jair Bolsonaro (sem partido) disse, neste sábado (20), que precisa “trocar as peças que porventura não estejam funcionando”. E que, “na semana que vem, teremos mais”.

“Eu tenho que governar, trocar as peças que porventura não estejam dando certo. E se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem, teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação”, disse o presidente em Campinas (SP).

O presidente não disse quais serão essas trocas.

A proposta de mudança no comando da Petrobras, que depende do aval do conselho de administração da estatal, foi anunciada na sexta-feira (19) pelo presidente, que tem reclamado dos reajustes nos combustíveis. A empresa diz que seus preços são alinhados com o mercado internacional.

O anúncio de Bolsonaro fez os papéis da empresa em Nova York despencarem. No Brasil, a Bovespa fechou antes do anúncio da troca, mas as ações da estatal também caíram por conta de declarações anteriores de Bolsonaro. Mais cedo, ele havia dito que haveria mudanças na empresa.

O movimento gerou críticas. Entre elas, do ex-secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, que considerou a decisão “lastimável”. O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco tuitou: “Boa tarde, Venezuela”.

Bolsonaro indicou o general Silva e Luna, atual presidente da Itapu Binacional, para presidir a Petrobras. Se confirmada a troca, ele será primeiro militar a comandar a empresa desde 1989.

O conselho de administração da Petrobras, que vai avaliar a indicação, é formado por 11 membros, 2 deles militares da reserva como Silva e Luna. O colegiado tem uma reunião agendada para terça-feira (23), mas a pauta do encontro não foi divulgada.

Sete dos 11 integrantes são indicados pelo acionista controlador, que é a União; 3 nomes vêm dos outros acionistas, e o último é escolhido pelos empregados da Petrobras.

Boslonaro (ao centro) durante cerimônia do Exército em Campinas na manhã deste sábado (20). — Foto: Reprodução/Youtube/TV Brasil

O presidente viajou para Campinas para participar da cerimônia de entrada solene dos novos alunos pelo portão da Escola Preparatória de Cadetes (EsPCEx). A comitiva presidencial desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos às 8h15. O evento na escola começou por volta de 9h30.

As autoridades presentes na cerimônia, incluindo o presidente, não usaram máscara, assim como os novos alunos, que chegam de 26 estados.

Além de Bolsonaro, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos participaram da cerimônia. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e a deputada estadual Valéria Bolsonaro também acompanharam o evento.

A comitiva presidencial foi escoltada por tanques de guerra e outros veículos militares para chegada à EsPCEx. Vários apoiadores do presidente se reuniram em frente ao local e houve aglomeração.

Bolsonaro chega à Escola de Cadetes do Exército em Campinas
Bolsonaro chega à Escola de Cadetes do Exército em Campinas

1 min Bolsonaro chega à Escola de Cadetes do Exército em Campinas

Bolsonaro chega à Escola de Cadetes do Exército em Campinas

Comitiva do presidente deixou o Aeroporto de Viracopos por volta de 8h20 e partiu para a cerimônia de entrada solene dos novos alunos pelo portão da Escola.

Na ocasião, 419 alunos, sendo 382 homens e 37 mulheres, realizaram a primeira formatura com o uniforme camuflado. De acordo com a EsPCEx, cada aluno receberá dos padrinhos uma boina na cor azul ferrete, utilizada nas escolas de formação do Exército. O novos alunos chegam a Campinas de 26 estados diferentes.

A comitiva presidencial acessou o 28º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), às margens da Rodovia Anhanguera, de onde seguiu para a ExPCEx. Desde 8h, apoiadores do presidente já estavam em frente ao local para aguardar a chegada dele.

Por conta da pandemia, o evento foi restrito a familiares e autoridades civis e militares. Após o hino nacional e início da cerimônia, o presidente entregou a boina azul para uma nova aluna e tirou fotos com outros estudantes.

O término da formatura ocorreu por volta de 11h15. Segundo a assessoria de Viracopos, o presidente deve deixar a cidade e decolar por volta das 14h45. A EPTV, afiliada da TV Globo em Campinas, apurou que, antes de retornar, Bolsonaro fará duas visitas particulares em Campinas.

Presidente Bolsonaro entrega boina azul a nova estudante da Escola de Cadetes do Exército, em Campinas — Foto: Reprodução/Youtube/TV Brasil

Aglomeração também na saída

Saída do presidente Bolsonaro da Escola de Cadetes tem aglomeração em Campinas
Saída do presidente Bolsonaro da Escola de Cadetes tem aglomeração em Campinas

1 min Saída do presidente Bolsonaro da Escola de Cadetes tem aglomeração em Campinas

Saída do presidente Bolsonaro da Escola de Cadetes tem aglomeração em Campinas

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desceu do veículo para cumprimentar os apoiadores, que se aglomeravam do lado de fora, muitos deles sem máscara.

Cerca de 1h30 após a cerimônia, a comitiva presidencial deixou a Escola de Cadetes e Bolsonaro desceu do veículo para cumprimentar rapidamente apoiadores que se aglomeravam no entorno. Uma mulher que queria se aproximar do veículo precisou ser impedida por seguranças.

Havia idosos e crianças entre o grupo de pessoas. Muitos apoiadores estavam sem máscara. Em seguida, o presidente deixou o local e seguiu para visitas particulares. A previsão é chegar no Aeroporto de Viracopos às 14h15 para embarcar de volta a Brasília.

Vídeo: Bolsonaro indica novo presidente da Petrobras

Jair Bolsonaro indica novo presidente da Petrobras; entenda o caso
Jair Bolsonaro indica novo presidente da Petrobras; entenda o caso

1 min Jair Bolsonaro indica novo presidente da Petrobras; entenda o caso

Jair Bolsonaro indica novo presidente da Petrobras; entenda o caso

Indicação acontece após críticas de Bolsonaro à gestão da estatal; conselho tem que aprovar nome. Silva e Luna comanda Itaipu e deve substituir Roberto Castello Branco, escolhido em 2018.



Fonte: G1