A paisagem do campo e o cenário do amanhecer são bem melhores para respirar. Isso só é possível graças a espaços cheios de árvores. Por isso, o Nosso Campo visitou uma reserva biológica de Pindorama (SP), um local de preservação ambiental.
Na propriedade, o produtor sabe que 20% da área de mata precisam ser de reserva legal por lei. Isso, sem contar as Áreas de Preservação Permanente (APPs), que ficam perto de rios e nascentes.
Normalmente, o reflorestamento é feito com mudas, mas há também outra forma de plantio ganhando espaço no estado há algum tempo: a semeadura direta ou plantio de muvuca (palavra de origem indígena que significa mistura). Dessa forma, são usadas sementes escolhidas a dedo.
Uma área de pouco mais de um hectare foi plantada há praticamente um ano e meio, mas já é possível ver algumas árvores em formação. São várias espécies. A primeira vantagem em relação às mudas são mais plantas em um mesmo espaço. Além disso, o plantio é mais simples e o cultivo também, exceto pelo custo.
(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 15/08/2021)
Plantio de ‘muvuca’ ganha espaço no estado de São Paulo
Maria Tereza é pesquisadora e trabalha com restauração de áreas nativas. Ela faz parte da Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios (APTA). Inclusive, a área onde foi feito o plantio de muvuca fica na APTA de Pindorama. O projeto é resultado de uma parceria entre o governo, a iniciativa privada e o terceiro setor. A ideia é servir de vitrine para o produtor, e os benefícios são diversos.
Uma área no município de Nova Granada (SP) também foi visitada. É a fazenda de Fernando Kachan, que é pecuarista. A área entre a mata e a estrada de terra vai se tornar reserva legal, sendo um ponto de preservação.
São sete hectares e o produtor resolveu usar a semeadura direta, sem ter que pagar nada por isso. Ele conseguiu o benefício graças a uma parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica dos rios Turvo e Grande, que está presente em 66 municípios da região noroeste do estado.
Gustavo, que faz parte do comitê, explica que a missão deles é justamente o reflorestamento em algumas propriedades rurais. Para isso, eles usam investimento do fundo estadual de recursos hídricos.
Para ter acesso, da mesma forma que Fernando fez, o produtor tem que entrar com um projeto em um centro de estudos, tipo a APTA, em Pindorama. Se o projeto for aprovado, todo o plantio é feito sem custo nenhum.
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Fonte: G1