Mulheres dominam e-commerce no Brasil, mas ainda faturam menos que homens, aponta estudo | Empreendedorismo


As micro e pequenas empresas comandadas por mulheres estão mais presentes no e-commerce do que as lideradas por homens, porém faturam menos. É o que aponta recorte, obtido com exclusividade pelo g1, de um estudo do Data Nubank, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com o estudo, 72% das empreendedoras possuem vendas no ambiente online, enquanto 64% dos homens fazem o mesmo.

Também são as empreendedoras que proporcionalmente vendem mais online do que os homens: 20% dos negócios liderados pelas mulheres têm mais de 75% de seu faturamento proveniente das vendas em redes sociais, aplicativos ou internet, contra 15% dos homens.

A pesquisa indica que esse cenário se deva à tripla jornada de trabalho das mulheres e à flexibilidade de horários por meio dessa modalidade de vendas. A maior escolaridade média das mulheres quando comparadas aos homens que empreendem também pode explicar os números.

Por outro lado, a maior participação nas vendas online não é suficiente para aumentar a rentabilidade dos negócios liderados por mulheres, que faturam menos em comparação com os dos homens.

Segundo a pesquisa, empreendedores homens, que são clientes do Nubank e têm conta PJ, obtiveram nos sete primeiros meses de 2021 uma receita média 23% maior do que as mulheres. Em 2020 essa diferença era de 10,8%.

Isso quer dizer que, além de terem uma receita maior, a distância entre as receitas de empresas geridas por homens e por mulheres tem crescido durante a pandemia, aumentando a desigualdade de renda entre os gêneros.

Apesar das mulheres terem domínio do e-commerce, o fato de ainda faturarem menos mostra que há um longo caminho para superação de um contexto social complexo e histórico.

No estudo, o BID propõe políticas específicas sobre crédito e incentivo a novos empreendimentos liderados por mulheres, como o bônus de gênero, para que se acelere o acesso ao crédito para empresas lideradas por mulheres e se financiem projetos que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.

Além disso, o BID ressalta que é fundamental prestar assistência às empresas criadas por mulheres, incluindo apoio à inovação, à transformação digital e à entrada em mercados mais dinâmicos e rentáveis.



Fonte: G1