Ministério de Minas e Energia vai propor construção de mais uma subestação no Amapá | Economia


O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Paulo Cesar Magalhães Domingues, afirmou nesta segunda-feira (7) que o ministério vai propor a construção de mais uma subestação de energia elétrica no estado do Amapá.

A ideia, segundo Domingues, é aumentar a confiabilidade do sistema elétrico do estado. O secretário diz que os estudos de viabilidade da subestação devem ser concluídos até abril de 2021. A previsão é de que o leilão ocorra em dezembro do ano que vem.

Incêndio em subestação deixou Amapá sem fornecimento constante por três semanas

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Pelo planejamento atual do ministério, essa nova subestação em Macapá receberia energia tanto do Sistema Interligado Nacional (SIN) quanto das usinas hidrelétricas localizadas no norte do estado.

Segundo o secretário, o ministério também propôs a construção de mais uma linha de transmissão para interligar os municípios do Amapá.

As propostas foram apresentadas após um incêndio que atingiu a principal subestação do estado no dia 3 de novembro e deixou o Amapá no escuro e com problemas no fornecimento de energia por mais de 20 dias.

A subestação atingida, chamada Macapá, recebe 95% da energia consumida no estado.

Domingues destacou que o sistema elétrico do Amapá foi desenhado levando critérios de segurança usados há décadas, mas disse que o setor já vem adotando sistemas com mais mecanismos de segurança em locais de “ponta de rede”, como o estado.

Ana Flor: relatório aponta que não existiam sistemas preventivos de incêndio no Amapá

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O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou que a subestação Macapá só precisa de dois transformadores para seu funcionamento. O terceiro transformador, que estava fora de funcionamento desde dezembro de 2019, funciona como reserva.

Questionado se o apagão poderia ter sido evitado com a disponibilidade do terceiro transformador da subestação, Ciocchi afirmou que o transformador reserva poderia garantir o fornecimento de cerca de 60% da energia do estado.

“Nesse evento perdemos dois transformadores. Mesmo com outro transformador se o evento tivesse ocorrido como ocorreu, e aí temos vários ‘se’, ainda ficaríamos com um transformador e isso aguentaria 60%, 70% da carga”, disse.

O diretor-geral do ONS classificou o incêndio, que tirou de operação os dois transformadores que estavam funcionando, como um “evento de baixíssima probabilidade”.

O ONS apresentou nesta segunda-feira o relatório de análise de perturbação (RAP) sobre o apagão no Amapá. O documento cita um documento do Corpo de Bombeiros e afirma que a subestação de energia elétrica de Macapá que pegou fogo não tinha os sistemas preventivos contra incêndio.

Ainda de acordo com o relatório, as estruturas não eram suficientes e havia, no entorno do transformador que pegou fogo, outros equipamentos que poderiam ter se incendiado, como caminhões.

No relatório, o ONS afirma ainda que a queda de energia elétrica na região teve início com a ocorrência de um curto-circuito, que pode ter sido consequência de “falha interna do transformador e/ou coordenação de isolamento inadequada na subestação”.

O documento do ONS não apresenta culpados pelo apagão. A punição dos responsáveis será feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, a agência vai emitir um termo de notificação para ouvir todas as empresas e órgãos citados no relatório do ONS e após esse processo vai editar o auto de infração com as punições.



Fonte: G1