Dois funcionários da Vale resgatados da mina subterrânea Totten, no Canadá, após um acidente na tarde de domingo (26), contaram o que passaram no interior da mina e como foi o resgate em entrevista à emissora canadense CTV News.
“Levamos 2 horas e 15 minutos subindo as escadas, com algumas pausas ao longo do caminho porque é uma longa jornada subindo”, contou o mineiro Henry Bertrand, que explicou que estava a cerca de 560 metros de profundidade. Outros mineiros, no entanto, estavam a cerca de 940 metros da saída.
“Na primeira parte, a cada 6 metros tem uma plataforma onde podemos parar para descansar e tomar fôlego. E na segunda parte a cada 30 metros tem uma plataforma onde podemos parar. Mas na metade do caminho nós paramos no nível 380, onde há outro refúgio e havia outros resgatistas ali”, explicou. “Minhas pernas estão cansadas e meus braços estão cansados”, disse.
O resgate está sendo feito por meio de um sistema de escada de saída secundária. Não há relato de feridos e eles tiveram acesso a água e comida.
Sobre o tempo que ficaram presos, Bertrand diz que não houve desespero: “Não foi tão ruim. Eu estava com um pessoal legal, passamos o tempo fazendo piadas e conversando”.
Ele conta que compartilhou com os colegas a comida que havia levado para o almoço. Depois, a equipe de resgate levou algumas barras de cereais e chocolate. Segundo o mineiro, essa equipe fez um ótimo trabalho durante todo o resgate.
Bertrand também contou que o interior da mina é bem iluminado, bem ventilado e bastante seguro. “Claro, tem acidentes como o de hoje”, disse.
O mineiro explicou que, após o acidente, os trabalhadores foram direcionados a estações de refúgio em diferentes locais da mina, onde há água e telefone e que, ali, esperaram orientações para a saída. Ele admitiu, no entanto, que o resgate demorou mais do que o esperado. “Não achamos que seria tanto tempo”, afirmou.
Veja a localização da mina da vale — Foto: Arte g1
Outro funcionário que estava na mina, Remi Larose, conta que se manteve otimista durante a permanência no local, e que a comunicação com a superfície e o fato de poderem falar com a família ajudaram. Eles usavam uma espécie de telefone para isso.
“A gente conseguia se comunicar com pessoas em outros níveis da mina e sabia que ninguém estava machucado”, conta Larose.
Questionado se voltará às minas, ele não hesitou: “estou pronto para voltar ao trabalho assim que puder.”
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Fonte:G1