Mercado da lenha fica aquecido com alta do preço do gás de cozinha | Nosso Campo


Com os reflexos da alta no preço do gás de cozinha, não está fácil para quem usa o fogão todo dia. Para muitos consumidores, a saída tem sido usar a lenha. Assim, os produtores do sudoeste do estado de São Paulo estão notando o aumento da procura pela madeira.

Passar horas mexendo as panelas, além do esforço físico, também tem gerado impacto no bolso. Com o preço do botijão de gás nas alturas, perto de R$ 100,00 em algumas distribuidoras, o comerciante José Nalesso teve que reforçar o estoque de lenha para dar conta da demanda que aumentou durante a pandemia.

Muita gente passou a cozinhar em casa. Porém, ainda há clientes que preferem a praticidade e o sabor especial de uma comida preparada em um fogão a lenha. No restaurante de José, em um fim de semana, são consumidos mais de 200 quilos de lenha e, mesmo assim, fica mais barato do que gastar com gás de cozinha.

Para abastecer fogões como o dele, tudo começa em São Miguel Arcanjo (SP), onde o destaque é a madeira de eucalipto. Além de abastecer o mercado de produção de paletes e geração de energia para indústrias, a produção vem ganhando força com a venda do produto para secagem e transformação em lenha.

A equipe do Nosso Campo também foi até a propriedade do produtor Márcio Queiroz. Só lá, são 35 hectares com madeira que depois vira lenha. No total, ele e o irmão cuidam de uma área com mais de 300 hectares.

Mercado da lenha fica aquecido com alta do preço do gás de cozinha

Mercado da lenha fica aquecido com alta do preço do gás de cozinha

O Márcio também conta que a procura aumentou mais de 50% no último ano. Por mês, saem de lá, pelo menos, oito mil toneladas de lenha. Em apenas um dia, as máquinas cortam e recolhem 400 toneladas que vão para mais de dez municípios do estado de São Paulo e até pra China. Com a produção em alta, os lucros são proporcionais.

No município vizinho, em Pilar do Sul (SP), quem também está satisfeito com a boa fase do mercado da lenha é o produtor Marco Garcia. Ele arrendou uma segunda área para não deixar de atender novos clientes, são 24 hectares. Os cortes estão bem adiantados e devem ser finalizados até a segunda quinzena de setembro.

A expectativa é tão boa que Marco já comprou novas máquinas pensando na agenda de outubro e novembro. Só neste módulo, como ele chama o período de corte, estão previstas 10 mil toneladas. Dessa forma, dá até pra escolher para quem vai vender.

Depois de todo esse processo, desde o momento da colheita, a lenha vem para casas como a da dona de casa Adriana de Almeida, em Quadra (SP). Ela ” aposentou” o botijão de gás e agora tem preparado as refeições em um fogão a lenha. Um pouco de lenha rende muito e mantém o fogão aceso o dia todo.

VÍDEOS: veja as reportagens do programa



Fonte:G1