Medidas ambientais e baixa do rio Paraná afetam embarcações agroexportadoras na Argentina


Por Hugh Bronstein e Maximilian Heath

BUENOS AIRES (Reuters) – Muitos navios cargueiros estão deixando o maior polo agroexportador da Argentina com menos carga do que o normal devido ao baixo nível do rio Paraná, sua principal hidrovia, que por questões ambientais tem sofrido restrições à dragagem.

A Argentina é um dos maiores exportadores mundiais de alimentos, que são embarcados principalmente na região de Rosário, por meio do rio Paraná, que deságua de forma indireta no Atlântico.

Recentemente, uma seca histórica no Brasil, onde nasce o Paraná, levou o nível do rio a quase seu mínimo histórico, numa época em que o governo argentino ordenou à empresa responsável pela dragagem que não o fizesse abaixo do que foi acordado após uma questão ambiental.

“Os navios Handymax estão deixando o porto com 9.250 toneladas de carga a menos do que o normal e os navios Panamax com 11.350 toneladas a menos”, afirmou à Reuters na quarta-feira Guillermo Wade, gerente da Câmara de Atividades Portuárias e Marítimas.

De acordo com a Prefeitura Naval Argentina, na quarta-feira o nível do Paraná na altura de Rosário foi de 0,1 metro, contra a média de julho de 3,41 metros. Nas medições do nível do rio, o zero corresponde a uma medição da linha de base e não à profundidade do leito do rio.

Por outro lado, o Instituto Nacional da Água alertou em seu último relatório mensal que espera que a seca no sul do Brasil dure até setembro e que “os níveis do rio Paraná em território argentino, incluindo o Delta (do Rio da Prata), irão seguir uma evolução descendente em direção aos níveis mínimos históricos” de 1944.

A empresa belga Jan de Nul, que atualmente detém a concessão para a manutenção navegável do Paraná, começou a dragar em maio abaixo dos níveis estabelecidos em contrato, devido ao baixo nível da hidrovia.

No entanto, na semana passada o Ministério dos Transportes ordenou que a empresa respeitasse a profundidade acordada, depois que a Associação Argentina de Advogados Ambientais (AAdeAA) apresentou uma reclamação ao governo. As autoridades não responderam a pedido de comentário da Reuters.

(Reportagem de Hugh Bronstein e Maximilian Heath)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447745))

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Fonte: Mix Vale