Nenhuma, segundo ela, passa por mágoas do passado com o partido, do qual fez parte e do qual, por três vezes, foi adversária na disputa pela Presidência por três vezes — em 2010, 2014 e 2018.
Mesmo com a recusa, o PT continuou insistindo. Mas, nesta terça-feira (2), fontes do partido comentavam que Marina não cederá e que desistiu de prolongar as conversações com o objetivo de integrar a chapa de Haddad.
No raciocínio da ex-ministra, porém, ela só poderia ter desistido se em algum momento tivesse dito que aceitaria, o que nunca aconteceu.
“Eu não desisti de ser vice do Haddad porque eu nunca disse sim, nunca assenti”, afirmou. “Eu não posso ter desistido de uma coisa que eu nunca disse que seria”, complementou.
Segundo Marina, o diálogo com Haddad foi respeitoso e ela seguirá trabalhando no programa ambiental da campanha dele em São Paulo.
Haddad tem até sexta-feira para anunciar um vice. Ele discute com seis partidos a indicação para a vaga.
“A agenda nacional de meio ambiente está em altíssimo risco. A bancada ruralista tem muito dinheiro do orçamento secreto e, independente de governo federal que seja eleito, a gente vai precisar de uma bancada muito empenhada em recuperar a agenda ambiental do país”, disse ela, explicando as razões pelas quais concorrerá a uma vaga na Câmara dos Deputados.
Perguntada se ficou alguma mágoa sobre o processo eleitoral de 2014, quando, no PSB, foi alvo de ataques em especial de propagandas do PT, Marina nega.
“Se fosse uma coisa de mágoa, eu não teria trabalhado para convencer os 86 diretórios da Rede Sustentabilidade a apoiar Haddad de forma unânime em São Paulo.”
Segundo ela, “é importante ganhar o governo de São Paulo, mas é muito importante ter uma bancada forte para lutar pelo resgate de uma agenda ambiental perdida”.
Entre os pontos prioritários de Marina estão o reforço de órgãos ambientais e de pesquisa como Ibama, ICMBio, Inpe e o próprio Ministério do Meio Ambiente.
Ela também cita retrocessos em relação à proteção de indígenas, a obras de alto impacto ambiental e defende a possibilidade de fazer do Brasil o primeiro país a se tornar carbono negativo.
Fonte: Portal G1