LG encerra divisão de celulares: veja perguntas e respostas | Tecnologia


A companhia afirmou que a divisão deve ser desfeita até o dia 31 de julho.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre o fim do setor de celulares da LG:

  1. O que a LG anunciou?
  2. Como fica a assistência técnica?
  3. A LG só deixou de produzir celulares?
  4. Por que a LG encerrou sua divisão de celulares?
  5. A LG vai fechar fábricas no Brasil?

A empresa sul-coreana irá deixar de desenvolver e produzir celulares ao redor do mundo.

A LG afirmou que a “decisão estratégia de sair do incrivelmente competitivo mercado de celulares vai permitir focar recursos em outras áreas”.

LG anuncia encerramento de operações mundiais no mercado de celulares

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Como fica a assistência técnica?

A LG afirmou que irá oferecer “suporte e atualizações de software para os consumidores por um período de tempo que irá variar de acordo com a região”, sem dar detalhes sobre nenhum país.

O G1 questionou a companhia sobre a situação no Brasil, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor (CDC), as marcas precisam respeitar a garantia legal de, no mínimo, 90 dias para produtos duráveis (como celulares).

Esse prazo é somado à garantia contratual, quando a fabricante ou fornecedor pode acrescentar mais tempo de cobertura, geralmente chegando a um ano.

A companhia disse que pretende encerrar sua divisão de celulares até 31 de julho, mas um “inventário de modelos pode ficar disponível depois disso”.

A LG só deixou de produzir celulares?

Sim. A companhia disse em comunicado que irá concentrar esforços na produção de dispositivos conectados para casas inteligentes, componentes para veículos elétricos, robótica, inteligência artificial, entre outros.

As divisões de TVs, de eletrodomésticos e de outros eletrônicos continuam funcionando.

LG Velvet, um dos últimos lançamentos da empresa. — Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji

Em comunicado, a companhia disse que o conhecimento com dispositivos móveis será aproveitado para desenvolver tecnologias como o 6G, a próxima geração de internet móvel.

Por que a LG encerrou sua divisão de celulares?

A LG tinha uma fatia de apenas 2% do mercado de smartphones ao redor do mundo em 2020, segundo a empresa de análise Counterpoint Research.

A empresa acumulou prejuízos consecutivos nessa área desde o segundo semestre de 2015.

Somente em 2020, a LG anunciou prejuízo de US$ 750,6 milhões na divisão. Em 2019, as perdas foram de US$ 858,3 milhões, enquanto no ano anterior foram US$ 700,6 milhões no negativo.

O prejuízo acumulado até o final de 2020 foi de aproximadamente US$ 4,1 bilhões.

Em comunicado, a LG disse que o mercado de celulares é “incrivelmente competitivo”. A fabricante perdeu participação na área nos últimos anos, principalmente após a chegada de concorrentes chinesas como a Xiaomi e a consolidação de outra sul-coreana: a Samsung.

Smartphones da LG são mostrados em loja em Seul, na Coreia do Sul. — Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji

A LG é a 9ª colocada no ranking mundial de vendas de celulares, atrás de marcas como Samsung, Apple, Huawei, Xiaomi e Oppo, segundo a Counterpoint Research.

No Brasil, o site de análise Statcounter indica que a LG é a 5ª marca mais popular, com cerca de 6,5% de participação no mercado – a primeira colocada é a Samsung (45%), seguida por Motorola (21%), Apple (13,4%) e Xiaomi (9,6%).

A LG vai fechar fábricas no Brasil?

Por enquanto não. A LG possui duas fábricas no Brasil, uma em Taubaté (SP) e outra em Manaus (AM).

Os celulares são fabricados apenas em Taubaté (SP). Nessa planta também são produzidos monitores – área que não deve ser afetada pela decisão da empresa.

A unidade possui cerca de 1 mil funcionários – desses, 400 estão alocados na área smartphones.

Os trabalhadores da divisão de celulares da fábrica de Taubaté aprovaram estado de greve em 26 de março.

O G1 perguntou a LG sobre o futuro dos trabalhadores da fábrica, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Ao G1, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté disse que a empresa não informou sobre os impactos da decisão em relação aos trabalhadores e à fábrica de Taubaté.

A fábrica em Manaus (AM) produz aparelhos de ar-condicionado, geladeiras e outros eletrodomésticos da chamada linha branca e não deve ser afetada.



Fonte: G1