Justiça francesa condena russo a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro de vírus de resgate | Blog do Altieres Rohr


A sentença, porém, é mais leve do que a esperada pelos promotores, que queriam 10 anos de prisão e uma multa sete vezes maior. O tribunal afastou 13 das 14 acusações contra Vinnik, incluindo as que envolviam um vírus de resgate conhecido como Locky. Segundo a Justiça francesa, as provas apresentadas não foram suficientes para estabelecer um vínculo de Vinnik com a operação do vírus.

Ficou mantida apenas a acusação de lavagem de dinheiro, segundo a qual Vinnik era um dos administradores da corretora BTC-e, que negociava criptomoedas como o Bitcoin. Por meio da corretora, ele teria atuado para facilitar a lavagem do dinheiro cobrado por esses vírus de resgate.

Ainda cabe recurso da decisão. O advogado de Vinnik já declarou a repórteres franceses que tentará derrubar a última acusação que ainda resta no processo contra seu cliente.

Em sua defesa, Vinnik alega que era apenas funcionário da BTC-e, da qual receberia um salário de 10 mil euros mensais, e não seu administrador. A corretora era notória por receber Bitcoins oriundos de pagamentos de resgates cobrados por vírus que criptografam dados para sequestrá-los, os “ransomware”.

Sendo apenas funcionário, Vinnik não poderia responder pelos crimes da empresa, que encerrou suas operações em 2017 após uma operação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

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Rússia e EUA também disputam extradição

Vinnik ainda pode ser obrigado a enfrentar outro processo nos Estados Unidos. A prisão dele na Grécia, em 2017, foi realizada a pedido das autoridades norte-americanas, que o indiciaram por lavagem de dinheiro.

Mas a extradição de Vinnik para os Estados Unidos sofreu um revés depois que a França e a Rússia – país do qual ele é cidadão – também manifestaram interesse em julgá-lo.

Cada país tinha acusações diferentes, mas as da Rússia eram as mais brandas. Lá, Vinnik responderia por fraudes que somavam 9,5 mil euros (menos de R$ 60 mil). Nos Estados Unidos, Vinnik foi indiciado por auxiliar a lavagem de até US$ 9 bilhões (R$ 45 bilhões).

Na Grécia, Vinnik defendeu sua própria extradição para a Rússia por quase dois anos e meio, inclusive com uma greve de fome de 88 dias. No hospital, ele foi visitado por Tatyana Moskalkova, Comissária da Rússia para os Direitos Humanos. Contudo, autoridades gregas decidiram extraditá-lo para a França, o que ocorreu em janeiro de 2020.

Mesmo assim, os pedidos de extradição para os Estados Unidos e para a Rússia ainda aguardam um desfecho.

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Fonte: G1