Justiça autoriza retomada de obras de fábrica de cerveja, onde ‘Luzia’ foi encontrada | Minas Gerais


A Justiça autorizou, por meio de liminar, que a Heineken continue com as obras de sua cervejaria em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão é desta quarta-feira (6).

Por meio de nota nas redes sociais, a prefeitura confirmou a informação.

Leia a íntegra do comunicado:

“A Prefeitura de Pedro Leopoldo informa que foi comunicada sobre a concessão da liminar que permite a construção da cervejaria Heineken na cidade de Pedro Leopoldo (MG). A informação dada pela empresa é de que serão respeitados todos os entendimentos referentes ao caso e, apesar da decisão judicial permitir a completa retomada das atividades, neste momento as obras permanecerão suspensas até a finalização do diálogo com os órgãos competentes”.

O g1 entrou em contato com a Heineken e com o ICMBio e, até a última atualização desta reportagem, não havia obtido retorno.

Em setembro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) embargou a área onde funcionaria a fábrica. O empreendimento, que pretende produzir 760 milhões de litros por ano, causaria danos à área onde foi encontrado o fóssil humano mais atingido das Américas, conhecido como “Luzia”.

Réplica de ‘Luzia’, fóssil mais antigo das Américas e encontrado em Minas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/Globo Minas

De acordo com documento a que o g1 e a TV Globo tiveram acesso em setembro, o ICMBio alega que “em nenhum momento o empreendedor avalia a compatibilidade do empreendimento com o Decreto de Criação e o seu Plano de Manejo”.

Ainda de acordo com o instituto, há alto risco geológico no local, “impossibilitando a instalação da fábrica sem aprofundamento dos estudos”.

Os poços P1P e P2P, que fazem parte do projeto, vão bombear 150 m³ de água por hora, o que causaria grande impacto nos lençóis freáticos e nas cavernas do Fedo, Cipó e Nei.

“O empreendimento fatalmente afetará a área de influência da caverna Lapa Vermelha”, diz o documento.

O fóssil de “Luzia” foi encontrado nesta região.

A área embargada pelo ICMBio é de 1,7 hectares. A instalação da indústria também foi proibida por causa do tamanho do empreendimento.

Heineken tem obra embargada pelo ICMBio — Foto: Reuters

Em dezembro do ano passado, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou a obra em seu perfil nas redes sociais. Segundo ele, serão investidos R$ 1,8 bilhão.

“Minas cresce! Anunciamos mais um megaempreendimento para o estado: o grupo Heineken vai construir uma nova fábrica no Estado”, disse ele na oportunidade.

Luzia: fóssil mais antigo das Américas teria outra origem

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Fonte:G1