Apesar da desaceleração do índice, os preços de alimentos e transportes continuaram subindo no mês. A redução no ritmo da inflação foi impulsionada pela queda nos preços da energia elétrica residencial, resultado da incorporação do Bônus de Itaipu que foi creditado nas faturas do mês. Preço dos alimentos continua subindo
GEA/Divulgação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,16% em janeiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma desaceleração de 0,36 ponto percentual (p.p.) em relação a alta de 0,52% registrada em dezembro. Além disso, o IBGE também destaca que essa é a menor taxa para a inflação mensal de janeiro desde o início do Plano real, em 1994.
Em 12 meses, a inflação brasileira acumula uma alta de 4,56%, também uma desaceleração frente ao resultado de dezembro do ano passado, quando o IPCA acumulava alta de 4,83%.
A inflação de janeiro veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. A mediana das projeções de analistas consultados pela Bloomberg era de uma alta de 0,17%.
Cinco dos nove grupos pesquisados pelo IBGE para a composição do IPCA tiveram alta nos preços em janeiro.
Os grupos de Transportes e Alimentação e bebidas foram os que registraram as maiores altas percentuais e os maiores impactos sobre a inflação de janeiro.
Os preços de Transportes subiram 1,30% no mês, com impacto de 0,27 p.p., enquanto o grupo de Alimentação e bebidas teve uma alta de 0,96% e impacto de 0,21 p.p. sobre o índice.
Em contrapartida, a desaceleração no ritmo da inflação foi influenciada, sobretudo, pela queda de 14,21% no preço médio da energia elétrica residencial, resultado da incorporação do Bônus de Itaipu que foi creditado nas faturas do mês.
A energia faz parte do grupo de Habitação, que recuou 3,0% em janeiro e contribuiu com um impacto negativo de 0,46 p.p. para o IPCA do mês.
Veja o resultado dos grupos do IPCA em janeiro
Alimentação e bebidas: 0,96%;
Habitação: -3,08%;
Artigos de residência: -0,09%;
Vestuário: -0,14%;
Transportes: 1,30%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,70%;
Despesas pessoais: 0,51%;
Educação: 0,26%;
Comunicação: -0,17%.
Energia elétrica contribui para desaceleração da inflação
Foi a forte queda nos preços da energia elétrica residencial o principal fator responsável por desacelerar a inflação de janeiro. A redução de 14,21% no subitem contribuiu com um impacto negativo de 0,55 p.p. no IPCA cheio.
A baixa é consequência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro, explica o IBGE.
Apesar da forte baixa da energia ter contribuído para uma queda de 3,08% na inflação do grupo de Habitação, outros subitens que fazem parte do grupo tiveram alta. A taxa de água e esgoto subiu, em média, 0,97% no mês, enquanto o preço médio do gás encanado aumentou 0,49%.
INPC não tem variação em janeiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — não teve variação em janeiro. Em dezembro, houve alta de 0,48%.
Assim, o INPC acumulou alta de 4,17% em 12 meses até janeiro de 2025.
*Matéria em atualização
G1 Economia