Índice de Medo do Desemprego sobe entre setembro e dezembro de 2020 | Economia


O temor de ficar sem trabalho cresceu entre a população no fim do ano passado, segundo o Índice de Medo do Desemprego (IMD), divulgado nesta quinta-feira (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O medo é maior em alguns grupos mais vulneráveis, como moradores de periferia, pessoas com menor escolaridade, pessoas com menor renda familiar e mulheres, entre outros.

Desempregados fazem fila em mutirão de emprego no Vale do Anhangabaú, Centro de São Paulo — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Em sentido oposto, o Índice de Satisfação com a Vida (ISV), divulgado também nesta quinta-feira pela entidade, subiu em dezembro, ficando acima da média histórica pela primeira vez desde 2014.

“A situação dos indicadores está muito próxima à do começo do ano passado, o que é bom, mas há uma incerteza muito grande”, diz o gerente-executivo da CNI, Renato da Fonseca.

Entre setembro e dezembro de 2020, o IMD total subiu 2,1 pontos, para 57,1 pontos — acima da média histórica de 50,2 pontos. Em relação a dezembro do ano anterior, a alta foi de um ponto.

Nas periferias das capitais, o IMD ficou não apenas em um patamar (65,5 pontos) mais elevado do que a média, como teve também uma alta mais intensa (9,6 pontos) na comparação com setembro. No caso daqueles que moram nas capitais, mas não na periferia, o indicador foi de 57,5 pontos em dezembro. No interior, atingiu 55,2 pontos. Em ambos os casos, houve alta na comparação com setembro.

Na divisão por renda, o índice também subiu em todas categorias, mas ficou em patamar mais alto entre aqueles que ganham até um salário mínimo (67,6 pontos). Além disso, o temor vai diminuindo à medida que as famílias têm maior renda: de um a dois salários (60,6 pontos); de dois a cinco (49,3 pontos); mais de cinco salários (47,1 pontos).

Em relação ao grau de instrução, a lógica é praticamente a mesma, com o medo, a grosso modo, diminuindo à medida que há maior escolaridade. No caso de quem estudou até a quarta série do ensino fundamental, o IMD ficou em 59,1 pontos, praticamente em linha com quem estudou da quinta até a oitava série (59,2 pontos). Na sequência, aparece quem estudou até o ensino médio (56,3 pontos) e até o ensino superior (54,7 pontos). Em todos os casos houve alta, com a exceção daqueles que estudaram até a quinta série, em que foi registrada pequena queda de 0,1 ponto.

Já a divisão por gênero mostrou o IMD das mulheres em 64,2 pontos, enquanto no caso dos homens ficou em 49,4 pontos.

Por sua vez, o ISV subiu em dezembro 1,7 ponto na comparação com setembro e 1,9 em relação a dezembro do ano passado, atingindo 70,2 pontos. Com isso, pela primeira vez desde 2014, o indicador ficou acima da média histórica de 69,6 pontos.

Fonseca lembra que a pesquisa foi feita no começo de dezembro e pode ter sido influenciada, por exemplo, pelo pagamento do auxílio emergencial. Ele reforça que, de maneira geral, os indicadores dão sinais que “não são ruins” para a economia brasileira. Mas também afirma que as perspectivas ficaram menos claras nas últimas semanas, com o retorno intenso da pandemia no Reino Unido, por exemplo.

Ambos os indicadores divulgados nesta quinta têm abrangência nacional, sendo realizados trimestralmente em pareceria com o Ibope. Para a edição de dezembro, foram entrevistadas duas mil pessoas em 126 municípios, entre 5 e 8 de dezembro.

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Fonte: G1