O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta segunda-feira (1º), com queda de papéis ligados ao setor de commodities, após dados mais fracos sobre atividade na China, Europa e EUA.
O índice terminou o pregão em baixa de 0,91%, a 102.225 pontos. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, a bolsa terminou o dia em alta de 0,55%, a 103.164 pontos. Com o resultado, o indicador acumula queda de 2,48% no ano.
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O que mexe com os mercados?
Os mercados acompanham os dados dos EUA para saber o desempenho da maior economia do mundo e os próximos passos do Federal Reserve (BC dos EUA) para embasar as decisões de política monetária.
Taxas de juros mais elevadas nos Estados Unidos tendem a reforçar o fluxo de dólares para aquele país, fazendo a cotação da moeda subir em relação ao real.
A atividade manufatureira dos EUA desacelerou menos do que o esperado em julho e houve sinais de que as restrições de oferta estão diminuindo, com um indicador de preços pagos por insumos pelas fábricas caindo para o menor nível em dois anos, sugerindo que a inflação provavelmente atingiu seu pico.
O Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) disse nesta segunda-feira que seu índice de atividade fabril nacional caiu para 52,8 no mês passado, leitura mais baixa desde junho de 2020, quando o setor estava saindo de um tombo induzido pela Covid-19.
Além disso, a atividade industrial nos EUA perdeu ímpeto em julho, mas se manteve em expansão, apontaram os dados do índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) do S&P Global. O PMI industrial do sétimo mês do ano caiu para 52,2 pontos, de 52,7 pontos da leitura de junho, ficando em linha com as estimativas de economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.
Já os ganhos do minério de ferro na semana passada foram parcialmente impulsionados por relatos de que a China estava planejando ajudar incorporadoras emitindo 1 trilhão de iuanes (US$ 148 bilhões) em empréstimos para empreendimentos paralisados. Pequim está tentando reviver o setor endividado e aliviar a pressão sobre a economia.
Os dados de atividade fabril na China divulgados na segunda-feira mostraram um crescimento mais lento em julho, amenizando o otimismo do mercado sobre as perspectivas de demanda na maior produtora de aço do mundo. A Fitch Ratings disse esperar que o governo chinês lance mais apoio financeiro para aumentar o investimento em infraestrutura.
No cenário local, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça e quarta-feira para definir como fica a taxa básica de juros, que hoje é de 13,25% ao ano. O mercado financeiro manteve a expectativa para a Selic em 13,75% no fim de 2022.
Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2022 de 7,30% para 7,15% – quinta queda seguida do indicador.
A projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 permaneceu em R$ 5,20. Para 2023, ficou estável também em R$ 5,20. Já a previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 1,97% em 2022, contra 1,93% previsto anteriormente. Para 2023, a previsão de alta alta passou de 0,49% para 0,40%.
Outro destaque é o bloqueio total do Orçamento 2022 que chegou a R$ 14,84 bilhões, R$ 2,1 bilhões maior que o total informado anteriormente. Desse total, R$ 8,08 bilhões atingem as chamadas emendas de relator e de comissão. As emendas de relator ficaram conhecidas como “orçamento secreto” devido à falta de transparência.
Permanecem no radar de investidores temores sobre a credibilidade do Brasil, que foi abalada recentemente pela emenda constitucional que amplia e cria uma série de benefícios sociais, prevendo despesas fora do teto de gastos a apenas alguns meses das eleições presidenciais.
Já a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,4 bilhões em julho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. As exportações em julho somaram US$ 29,955 bilhões. As importações, US$ 24,511 bilhões.
Fonte: Portal G1