A produção agrícola brasileira deve bater um novo recorde em 2021, atingindo um total de 264,9 milhões de toneladas, anunciou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8). O número é 10,7 milhões de toneladas a mais do que no ano anterior, um aumento de 4,2%.
De acordo com a instituição, o novo marco é puxado, principalmente, pelo trigo, uva e soja, que também deve atingir uma quantidade inédita em 2020.
Outros cultivos também dispararam. É o caso da cevada, com crescimento de 7,9%, do feijão de 1ª, 2ª e 3ª safra e altas de 0,8%, 5,0% e 1,7% respectivamente, e do arroz, com aumento de 0,9%.
Mas, algumas quedas também são esperadas, como o milho de 1° e 2° safra, com reduções em 1,5% e 0,1% respectivamente, e a aveia, com – 0,3%.
Todas as regiões tiveram altas na estimativa, exceto pelo Centro-Oeste, que deve ter queda de 0,9%. Para as demais, são esperados os seguintes crescimentos:
- Sul: 13,7%.
- Sudeste: 3,5%.
- Norte: 1,4%.
- Nordeste: 3,3%.
O IBGE leva em conta o que será produzido durante os 12 meses do ano. Diferentemente do levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que considera o calendário de safra, que começa em julho e termina junho do ano seguinte.
A Conab previu um aumento maior do que o do IBGE para este ano, alcançando as 273,8 milhões de toneladas.
A soja deve ter uma produção inédita de 131,8 milhões de toneladas, superando a de 2020 em 10,3 milhões, equivalente a 8,5% a mais.
O número vem depois de um crescimento do interesse dos produtores no grão e do aumento da área plantada por causa da demanda aquecida e do dólar alto, que favorecem a comercialização, segundo o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Mas, o plantio e colheita da soja enfrentaram diversos problemas. No primeiro devido a falta de chuvas e no segundo por excesso delas, prejudicando também o escoamento. Com isso, o intervalo entre as safras foi estreitado, o que pode trazer insegurança quanto ao comportamento do clima durante o ciclo da cultura, diz o pesquisador.
Estados, como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, já apresentam queda nas estimativas do rendimento médio da safra, sendo – 8,9%, – 8,2% e – 9,2% respectivamente.
Com uma alta nos preços, o trigo também se destacou na produção para 2021. A expectativa é de 541,6 mil toneladas a mais do que em 2020, crescimento de 8,1%.
A elevação deste cultivo ocorre, principalmente, por um esforço dos produtores em aumentar o plantio para substituir parte das importações devido à valorização do dólar, segundo Carlos Barradas.
Para a uva, a previsão é de uma produção de 1,7 milhão de toneladas, um crescimento de 4,9% em relação ao mês anterior e 18,7% comparado a 2020.
O saldo positivo é creditado ao bom rendimento das lavouras, que só no Rio Grande do Sul, responsável por 56,5% da safra nacional, teve alta de 8,5% em relação à estimativa anterior, alcançando 950,2 mil toneladas.
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Fonte: G1