Thiago da Matta Fagundes, de 40 anos, é investigado pela Polícia Civil de Goiás, após suspeita de aplicar golpes em vendas de fazendas e uso do bem para contrair empréstimos de bancos. Os prejuízos somam R$ 100 milhões em uma esquema com várias vítimas.
A 4ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia, cumpriu na terça-feira (29), oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia e Porangatu em Goiás e Pindamonhangaba, em São Paulo. O homem chegou a ser preso, por posse ilegal de arma de fogo, mas foi liberado após pagar fiança, segundo dados de processos judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Homem é suspeito de aplicar golpe em produtores rurais e bancos
De acordo com Polícia Civil, a investigação começou depois que uma das principais vítimas do suspeito procurou a delegacia e denunciou que comprou uma fazenda dele, fez o pagamento total pedido pelo imóvel, localizado em Porangatu, norte de Goiás, para que o adiantamento fosse usado para pagar dívidas associadas à propriedade, que servia como garantia para credores.
Entretanto, o suspeito não teria pagado tais dívidas e além disso, teria utilizado o imóvel como garantia para adquirir empréstimos em banco, com valores que chegam a R$ 16 milhões.
O esquema impediu que a vítima registrasse a escritura da propriedade em seu nome, levando-o a recorrer à Justiça para obter a posse da fazenda, da qual, segundo ela, foi impedida pelo suspeito de acessar, mantendo pessoas armadas no local.
Esquema de fraudes
Com as investigações, a Polícia Civil descobriu um esquema mais amplo de fraudes cometidas pelo suspeito e seus associados. Por possui restrições em seu nome, ele utilizava nomes de laranjas para formalizar contratos e obter empréstimos junto a instituições financeiras, ocultando assim sua participação direta nas operações.
Esses laranjas, que também foram alvos de busca e apreensão, eram usados para viabilizar a movimentação dos valores e realizar a distribuição dos montantes, compondo um esquema de lavagem de dinheiro que gerou os cerca de R$ 100 milhões em prejuízos.
A Polícia Civil já identificou cinco vítimas principais, além de diversos bancos e credores lesados. Por considerá-lo líder do esquema criminoso, foi divulgado o nome e a imagem para localizar outras vítimas dos crimes.
A operação contou com o apoio da Gerência de Planejamento Operacional, da Delegacia Regional de Porangatu e da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Apreensões
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos, celulares, computadores e registros bancários, que poderão auxiliar na reconstrução do esquema e na identificação de outras pessoas envolvidas.
Além disso, foi localizada uma arma de fogo ilegal em posse do suspeito, por isso ele foi preso em flagrante. Também foi apreendida uma caminhonete, que para ocultar a origem e a real propriedade do bem, ele apresentou um contrato de locação do veículo, o que pode contribuir para a investigação do crime de lavagem de dinheiro.
O suspeito é investigado por estelionato, falsificação de documentos públicos, uso de documento falso e associação criminosa.
Até o fechamento da reportagem, não foi encontrado o advogado de defesa de Thiago e dos outros suspeitos. O espaço segue aberto para manifestação.