Herdeiro da Samsung não recorrerá de condenação por suborno | Tecnologia


O executivo foi condenado por corrupção e desvio de fundos no escândalo que causou o impeachment e prisão em 2017 da ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye.

Lee assumiu a liderança da Samsung desde que seu pai, Lee Kun-hee renunciou por problemas de saúde. O patriarca faleceu em outubro.

Depois de um longo processo judicial, o Tribunal Superior de Seul considerou Lee culpado de suborno, apropriação indevida e dissimulação de receitas no valor de cerca de 8,6 bilhões de won (cerca de R$ 41,4 milhões). A sentença foi dada na segunda passada (18).

O entendimento da justiça sul-coreana é que Lee Jae-yong pagou propina à amiga da ex-presidente em troca de privilégios concedidos pelo governo à empresa (saiba mais abaixo).

O vice-presidente Lee aceita humildemente a decisão e decidiu não recorrer“, anunciou seu advogado, Lee In-jae, em um comunicado nesta segunda-feira (25).

A decisão de não apelar da condenação pode significar que a gigante da tecnologia quer virar a página do escândalo.

A promotoria, que havia pedido nove anos de prisão contra Lee, anunciou nesta segunda (25) que também não irá recorrer, segundo a agência de notícias AFP.

O processo de Lee começou em 2017, quando ele foi julgado por subornar uma autoridade ligada à ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

O herdeiro da Samsung cumpriu um ano de prisão e saiu após um tribunal de apelações suspender o processo em 2018.

Em 2019, a Suprema Corte do país ordenou que o executivo de 52 anos fosse julgado novamente, o que resultou na condenação de 30 meses de prisão.

Com parte da pena já cumprida, Lee pode solicitar liberdade condicional a partir de setembro.

Se a Samsung recorresse, teria arriscado uma sentença mais alta para Lee e qualquer pedido de liberdade condicional estaria sujeito à decisão final da Suprema Corte, conforme explicou Kim Dae-jong, professor de economia da Universidade Sejong, à AFP.

Escândalo com ex-presidente

A Samsung é, de longe, o maior dos “chaebols”, os impérios industriais familiares que dominam a a Coreia do Sul. Seu faturamento global representa um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do país e é crucial para a saúde econômica do país.

O caso envolvia milhões de dólares que o grupo pagou a Choi Soon-sil, uma confidente da então presidente.

Os subornos foram supostamente destinados a facilitar a transição de poder para o chefe do conglomerado, quando o patriarca Lee Kun-hee estava acamado após um ataque cardíaco em 2014.

Há duas semanas, o Supremo Tribunal confirmou definitivamente a pena de 20 anos de prisão para a ex-presidente Park Geun-hye.

O escândalo voltou a destacar os vínculos preocupantes entre o governo sul-coreano e as grandes famílias que controlam os “chaebols”, conglomerados por trás da recuperação do país após a Guerra da Coreia.

Em maio de 2020, o herdeiro se desculpou publicamente na mídia, em particular pelo polêmico processo de sucessão que lhe permitiu assumir a liderança do grupo fundado por seu avô Lee Byung-chull.

Lee Jae-yong havia até prometido que seria o último na linha de sucessão familiar e que seus filhos não herdariam a companhia. Seu pai e avô também tiveram problemas com a lei, mas nenhum deles cumpriu pena de prisão.

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Fonte: G1