Hacker preso por divulgação de dados foi denunciado por invasão a sistemas do Senado Federal | Distrito Federal


Silva foi preso durante a operação Deepwater, que investiga o que é considerado o maior vazamento de dados já registrado no país.

O ataque ao Senado, que ocorreu em agosto do ano passado, ocorreu após a obtenção de dados e acesso ao e-mail de um servidor público. Segundo a denúncia, ao acessar os sistemas internos da casa legislativa, o hacker fez um vídeo “expondo a fragilidade de segurança da rede”. A gravação também foi publicada na internet.

Em janeiro, ao apresentar a denúncia, o MPF não informou o nome do investigado. Entretanto, nesta sexta a TV Globo confirmou que Marcos Roberto Correia da Silva foi alvo da denúncia.

VÍDEO: Como acontece um vazamento de dados?

VÍDEO: Como acontece um vazamento de dados?

A denúncia ainda aguarda o recebimento pela 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal. A pena prevista para esse tipo de crime é de até dez anos de reclusão.

Já vazamento de 223 milhões de brasileiros, incluindo pessoas já mortas, foi identificado no fim de janeiro e a Polícia Federal começou a apurar o caso. A operação desta sexta cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Segundo o MPF, os crimes ocorreram em 2020, quando o investigado, por meio da prática de “phishing”, obteve dados de um servidor do Senado Federal, o que possibilitou o acesso ao sistema de Intranet do órgão e ao correio eletrônico do servidor.

O hacker chegou a publicar na internet trechos do inquérito policial aberto para apurar os crimes cometidos em agosto.

Em outra publicação, em novembro, o investigado expôs indevidamente dados pessoais de outro servidor do Senado – o responsável por comunicar as circunstâncias da invasão à Polícia Legislativa do órgão.

Para cometer os crimes, o suspeito obteve os dados e acessou os sistemas do órgão federal a partir do computador de um amigo, “que o tinha hospedado em sua casa, para ajudá-lo após uma prisão ocorrida em julho”, informou o MPF.

Na denúncia, o Ministério Público Federal defende que não haja acordo de não persecução penal. Previsto na Lei Anticrime, ela permite que acusados de crimes com penas de até 4 anos de reclusão deixem de responder a processo se confessarem a prática do delito ainda durante a fase inicial de investigação policial.

Para a promotoria, a medida não se aplica ao caso já que o crime foi “praticado de forma reiterada”.

Marcos Roberto Correia da Silva também foi alvo de um mandado de busca e apreensão na operação “Exploit”, que prendeu em novembro de 2019 o hacker suspeito de invadir sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele é investigado por ter participado da invasão que expôs informações administrativas de ex-servidores e ex-ministros do TSE no primeiro turno das eleições municipais de 2020.

A Justiça Eleitoral também determinou a proibição de contato entre ele e outros hackers investigados na operação Exploit.

Marcos Roberto Correia da Silva também é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais por invasão de dispositivo e estelionato.

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Fonte: G1