O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou desempenho ruim do governo federal na condução de políticas de testagem contra a Covid. Segundo auditoria do órgão, apenas 9% da população brasileira foi testada para o coronavírus em 2021.
A avaliação consta de um relatório do tribunal sobre as ações do Ministério da Saúde durante o enfrentamento da pandemia.
De acordo com o TCU, o Ministério da Saúde informou, em maio de 2021, que iria elaborar um programa de testagem em massa, com a realização de 10 a 20 milhões de testes por mês.
Só que, na prática, a pasta distribuiu apenas 19.448.534 testes aos estados e municípios entre janeiro e setembro de 2021. O tribunal destaca que o número representa um percentual de testagem de apenas 9% da população brasileira.
“A documentação trazida aos autos demonstra, mais uma vez, que o governo federal não dispensa a devida importância ao estabelecimento de um programa de testagem amplo e efetivo, capaz de identificar tempestivamente focos de transmissão e, assim, adotar as medidas adequadas para conter a disseminação da Covid-19”, aponta o documento.
Questionado pela TV Globo sobre as conclusões do tribunal, o Ministério da Saúde informou que “irá se manifestar no prazo definido” pela Corte.

Proporção de testes negativos para Covid atinge maior patamar na pandemia
Testagem ainda é importante
O TCU avalia ainda que a política de testagem em massa é importante mesmo diante do avanço da vacinação – principalmente, em um momento em que se discute a reabertura de espaços públicos.
“A consolidação das ações de reabertura de espaços coletivos depende, além da vacinação em massa que reduziu mortes, internações e novas contaminações, do acompanhamento das transmissões comunitárias, realizado por meio da testagem em massa, inclusive, da população já vacinada”, diz o acordão.
O tribunal também analisou os processos para compra de testes feitos pelo Ministério da Saúde. Os auditores identificaram casos que estão abertos há mais de cinco meses, “o que pode comprometer a eficácia do plano de testagem apresentado pelo Ministério bem como a execução das ações de vigilância epidemiológica e sanitária”.
Fonte: G1