Governo chinês não dá prazo para retomar importações de carne do Brasil | Agronegócios


O governo chinês não deu um prazo para retomar as importações de carne do Brasil, informou a embaixada brasileira em Pequim. Segundo a entidade, a negociação está dependendo da análise técnica das informações sobre os casos de vaca louca identificados em 4 de setembro.

Na ocasião, as exportações foram suspensas devido ao protocolo firmado entre os dois países, que determina essa ação quando a doença é identificada.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento explicou que o protocolo não define os passos para a retomada das transações, cabendo à China a decisão. Entre os temas em discussão com o país, está a revisão deste procedimento, informou a pasta.

Após 25 dias da suspensão, o Brasil enfrenta dificuldades para agendar uma reunião técnica com as autoridades chinesas. O Ministério da Agricultura diz que já encaminhou a solicitação, mas o outro país alega que ainda está analisando os dados enviados.

A China é o principal destino da carne brasileira, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Os dois casos do mal da vaca louca identificados pelo Ministério da Agricultura ocorreram no início do mês em Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT).

Ambos se tratam da contaminação atípica, que ocorre por uma mutação genética e, portanto, não indica infecção de todo o rebanho.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que foi notificada pelo Ministério da Agricultura, concluiu que eles não representam risco para a cadeia de produção bovina do país.

Os casos não fizeram com que o Brasil perdesse a classificação como país de risco insignificante para a doença.

A enfermidade é fatal e acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Como consequência, uma vaca que, a princípio, era calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.

Existem dois tipos do animal desenvolver a doença, por uma mutação da proteína príon, no cérebro, no caso atípico, ou por contaminação, ao consumir ração de origem animal.

Humanos também podem ser infectados quando consomem carnes de animais enfermos ou também por meio da mutação.

Em 20 anos de monitoramento da doença, o Brasil nunca identificou a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por causa de sua alimentação, diz Vanessa Felipe de Souza Médica-Veterinária, Virologista, Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte.

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Fonte:G1