Vinte governadores divulgaram nota na qual afirmam que o aumento do preço da gasolina é um “problema nacional” e não das unidades da federação.
A carta é uma resposta às acusações do presidente Jair Bolsonaro, que culpa os estados pelo aumento do preço do combustível.
Na carta, os governadores afirmam que, embora o preço do combustível tenha registrado aumento superior a 40% nos últimos 12 meses, nenhum estado aumentou nesse período o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um dos tributos que incidem sobre a gasolina.
“Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, escreveram os governadores, entre os quais aliados de Bolsonaro como Claudio Castro (Rio de Janeiro).
“Os Governadores dos Entes Federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, diz a íntegra da nota.
Sete governadores não assinaram a carta: Carlos Moisés (Santa Catarina); Ratinho Júnior (Paraná); Mauro Carlesse (Tocantins); Marcos Rocha (Rondônia); Antonio Denarium (Roraima); Wilson Lima (Amazonas); e Gladson Cameli (Acre).
Na semana passada, o preço médio do litro da gasolina subiu pela 7ª semana consecutiva nos postos, de acordo com levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O preço médio da gasolina chegou na semana passada a R$ 6,076 por litro, contra R$ 6,059 por litro na semana anterior, o que representa uma alta de 0,28%. Nos 4.390 postos pesquisados pela ANP, o preço máximo chegou a R$ 7,199 o litro e, o mínimo, foi de R$ 5,19.
Os preços cobrados nas bombas viraram motivo de embate entre o presidente e os governadores.
Bolsonaro tem cobrado publicamente que os estados reduzam o ICMS para que, dessa forma, os preços da gasolina e do diesel recuem.
Segundo especialistas, o principal motivo da alta nos preços dos combustíveis é a desvalorização do real frente ao dólar.
Em audiência na Câmara, na semana passada, o presidente da Petrobras, general da reserva Joaquim Silva e Luna, afirmou que a empresa não repassa oscilações pontuais dos preços internacionais do petróleo para o valor dos combustíveis no Brasil (vídeo abaixo).
— Foto: Economia G1
A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço praticado pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS-Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.
Há ainda o custo do etanol anidro na gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.
Confira quais foram os governadores assinaram a carta:
- Rui Costa – Governador do Estado da Bahia
- Cláudio Castro – Governador do Estado do Rio de Janeiro
- Flávio Dino – Governador do Estado do Maranhão
- Helder Barbalho – Governador do Estado do Pará
- Paulo Câmara – Governador do Estado de Pernambuco
- João Doria – Governador do Estado de São Paulo
- Romeu Zema – Governador do Estado de Minas Gerais
- Ronaldo Caiado – Governador do Estado de Goiás
- Mauro Mendes – Governador do Estado de Mato Grosso
- Eduardo Leite – Governador do Estado do Rio Grande do Sul
- Camilo Santana – Governador do Estado do Ceará
- João Azêvedo – Governador do Estado da Paraíba
- Renato Casagrande – Governador do Estado do Espírito Santo
- Wellington Dias – Governador do Estado do Piauí
- Fátima Bezerra – Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
- Renan Filho – Governador do Estado de Alagoas
- Belivaldo Chagas – Governador do Estado de Sergipe
- Reinaldo Azambuja – Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
- Ibaneis Rocha – Governador do Distrito Federal
- Waldez Góes – Governador do Estado do Amapá
Fonte: G1